Foto: Bicanski
Membros da CLADE compartilham posicionamentos e análises sobre a pandemia COVID-19
6 de abril de 2020
Os comunicados, chamados e análises são compartilhados tendo como horizonte a aposta na ação coletiva para exigir a garantia do direito humano à educação de todas as pessoas
A pandemia COVID-19 vem impactando fortemente as comunidades educativas, os sistemas de educação e os direitos humanos nos diferentes cantos da América Latina e do Caribe.
Neste cenário, membros da CLADE – coalizões da sociedade civil que defendem o direito humano à educação em diferentes países, bem como redes regionais – divulgaram entrevistas, análises e posicionamentos públicos, com o objetivo de contribuir com reflexões e sugestões de medidas que poderiam ser consideradas neste panorama desafiador.
Os seguintes comunicados, chamados e análises são compartilhados tendo no horizonte a aposta na ação coletiva para exigir a garantia do direito humano à educação de todas as pessoas, em condições de igualdade, apesar do contexto de crise que enfrentamos.
Leia a seguir as contribuições:
Espaço sem Fronteiras: Como ficam as pessoas migrantes e refugiadas perante a pandemia?
A Rede Espaço Sem Fronteiras (ESF) publicou uma nota na qual expressa solidariedade com todas as pessoas afetadas pelo vírus. Apela também à comunidade internacional para criar medidas de proteção e de assistência humanitária para os migrantes e refugiados que estão em situação de maior vulnerabilidade. Especificamente, porque estão com maior frequência em contextos de situação de rua, em habitações lotadas e trabalhos informais sem proteção social.
“A atual pandemia desmascara mais uma vez as falências do modelo neoliberal, aprofundando as desigualdades socioeconômicas, os altos níveis de pobreza, que são também causas e consequências da mobilidade humana”, afirma a rede. Lembra também o papel da saúde pública, setor historicamente se coloca em resistência ao desmantelamento e às privatizações de políticas sociais.
>> Leia o texto na íntegra (em espanhol)
ALER: “América Latina na sombra do coronavírus”
Por meio de entrevistas, reportagens e notas especiais em programas de rádio, a Associação Latinoamericana de Educação e Comunicação Popular (ALER) discute assuntos estruturais que se evidenciam em nossos sistemas de saúde e as brechas de desigualdade na América Latina e no Caribe, diante da crise.
“O desafio neste cenário de crise, é superar a lógica econômica, isto não se trata de obrigações, ou salvaguardas para poder impedir a desaceleração econômica, salvar as economias dos países, se trata de proteger a vida, a dignidade da vida de milhões de pessoas vulneráveis, de tirar da condição de vulnerabilidade esta população e com isso construir sociedades seguras e justas”, destaca ALER.
>> Leia o texto na íntegra (em espanhol)
Ouça também quatro programas de rádio, em espanhol, que a Associação produziu e divulgou sobre o tema:
- Coronavirus ¿La salud pública en tres y dos?
- ¿El coronavirus afecta más a los sectores empobrecidos?
- Nerviosismo por la propagación de Coronavirus en la región
- Latinoamérica se moviliza para enfrentar al COVID-19
Pressenza: Notícias e artigos sobre o COVID-19
Por sua vez, a agência Pressenza também realiza uma ampla cobertura sobre os impactos da pandemia e as medidas de enfrentamento que estão sendo colocadas desde a sociedade civil e outros setores nos diferentes países da região e do mundo, onde dispõe de meios de comunicação, como também comunicadoras e comunicadores associados.
>> Acompanhe aqui a cobertura completa (em espanhol).
Rede Global/Glocal pela Qualidade Educacional compartilha análises sobre os impactos da pandemia
Convidamos você a ler os artigos a seguir (em espanhol), nos quais Luis Bonilla, da Rede Global/Glocal pela Qualidade Educativa, expressa reflexões críticas sobre a crise que vivemos.
>> O orçamento para a lista de docentes no centro de interesse da neo privatização educativa
>> Coronavírus ou reengenharia social a escala planetária
>> Vamos falar sério. Educação virtual em casa?
CEAAL divulga edição especial de “A Carta” sobre COVID-19
“Estamos vivendo uma mudança de época que pode constituir uma oportunidade para -desde os processos de educação e participação popular- impulsionar com maior força o desmonte das lógicas e padrões culturais capitalistas, patriarcais, extrativistas, individualistas, racistas e coloniais e conseguir desde as práticas solidárias uma construção de espaços, propostas, projetos, programas que, protagonizados pelos setores populares, se constituam em novos referentes de outra formas de viver”, afirma o presidente do Conselho de Educação Popular da América Latina e do Caribe (CEAAL), Oscar Jara, em editorial da última edição da revista La Carta.
Nesta edição especial da revista do CEAAL, o Conselho compartilha análises, ações e reflexões, que propõem a procura de soluções para a atual crise a partir da educação popular e transformadora, e de alianças, articulações e vínculos com outros movimentos, organizações e setores sociais.
> Leia aqui A Carta Nº 613 (em espanhol)
Marcha Global: Como evitar que a pandemia agrave o risco do trabalho infantil?
A Marcha Global Contra o Trabalho Infantil, rede regional membro da CLADE, publicou uma declaração sobre o impacto da crise na realização dos direitos da infância.
“Sabendo que o COVID-19 já atrapalhou a economia global e o trabalho contínuo dos governos para combater problemas socioeconômicos como o trabalho infantil, o tráfico de pessoas e a escravidão moderna; os pesquisadores do Delta 8.7 prevêem um aumento ainda maior no risco de exploração, incluindo o trabalho infantil, aos mais vulneráveis”, afirma a rede.
>> Leia o comunicado na íntegra (em espanhol)
OMEP: Os direitos da infância e a crise atual
No contexto do Dia da Saúde, Mercedes Mayoll Lassalle, presidente da Organização Mundial para Educação Pré-escolar (OMEP), compartilhou reflexões sobre a situação dos direitos da primeira infância perante o COVID-19:
REPEM: Análise sobre os desafios das meninas e mulheres frente à pandemia
Defendendo uma educação digna, inclusiva e com igualdade de gênero na América Latina e no Caribe, a Rede de Educação Popular entre Mulheres (REPEM) divulgou seu novo boletim, que destaca análises sobre os impactos da atual crise sanitária na vida das meninas e mulheres.
>> Leia o boletim aqui (em espanhol)
Argentina: Campanha rejeita abordagem policial a crianças e adolescentes devido à pandemia
A Campanha Argentina pelo Direito à Educação (CADE) divulgou uma nota pública, na qual rejeita a disposição DI-2020-19-DGRPJ do governo da Cidade Autônoma de Buenos Aires, segundo a qual é necessário “contar com um dispositivo que permita abordar de forma rápida e ágil os casos de adolescentes que não cumprirem o isolamento social, preventivo e obrigatório”.
De acordo com a CADE, no contexto de emergência que o país atravessa, o governo da Cidade de Buenos Aires está se preparando para a “detenção” de adolescentes que estão em situação de rua e para o seu confinamento em um instituto de portas fechadas de maneira forçada, sob o pretexto de proteger suas vidas e de terceiros.
>> Leia o texto na íntegra (em espanhol)
Bolívia: Demanda por proteção social e prevenção da violência
A Campanha Boliviana pelo Direito à Educação (CBDE) divulgou um pronunciamento, em que solicita ao Ministério de Educação do país a garantia de que toda a população estudantil de todos os sistemas educativos receba o abono familiar, sem burocracias, principalmente garantindo que o recebam setores rurais e populações afastadas do centro da cidade. Também demanda a implementação de formas de prevenção contra as violências e o maltrato intrafamiliar neste período de quarentena, além da geração de redes comunitárias de proteção e ações de autoproteção de crianças, adolescentes e jovens, principalmente mulheres, por serem as mais vulneráveis, entre outras medidas.
A Campanha também solicita ao governo que impulsione estratégias de comunicação com informação confiável e precisa sobre a prevenção contra o COVID-19, nos diferentes idiomas oficiais da comunidade educativa e priorizando os povos indígenas e originários, pelas condições que enfrentam em lugares afastados e sem nenhum ou com limitado acesso a centros de saúde e sistemas tecnológicos para se comunicarem.
>> Leia o posicionamento completo (em espanhol)
A CBDE também organizou uma conversa virtual sobre o tema: “Educação técnica, tecnológica e produtiva: desafios e oportunidades no contexto do COVID-19, caminhando à transformação digital”.
Veja a gravação do diálogo (disponível em espanhol):
Chile: Análise sobre a pandemia como doutrina de choque
Diante do cenário de crise, o Fórum pelo Direito à Educação Pública (FODEP) dialogou com Marcelo Maldonado, historiador e ativista do movimento popular na Bolívia, e Leonel Herrera, presidente do ALER e da Rede Arpas, sobre os impactos da pandemia na sociedade e na economia.
>> Ouça o diálogo (em espanhol)
O Fórum também conversou com Luis Bonilla Molina, educador e pesquisador venezuelano em educação, que há anos vem advertindo sobre o perigo de uma interrupção pedagógica global, perante as crises e o avanço das novas tecnologias.
> Ouça a entrevista (em espanhol)
Desta forma, a FODEP publicou uma declaração, na qual rejeita as medidas tomadas pelo Ministério da Educação chileno (MINEDUC), que permitiu a educação on line como alternativa à suspensão das aulas presenciais, sem antes considerar se os estudantes tinham computadores e acesso à Internet, se os e as docentes estavam capacitados(as) para trabalhar nessas plataformas e se tinham condições adequadas para continuar o processo pedagógico em suas casas.
O Fórum também organizou um diálogo virtual para discutir os desafios que a pandemia impõe à educação, como também o papel que deveriam cumprir as pedagogias críticas e a educação emancipadora no contexto atual [leia mais].
Equador: CSE pede fortalecer a unidade e a solidariedade para superar a pandemia
Comunicado do Contrato Social pela Educação (CSE) é dirigido ao Ministério da Educação, aos governos central e local, a docentes, famílias, meios de comunicação, universidades e à sociedade em geral.
No posicionamento, a organização solicita que o Ministério da Educação priorize “a assistência e contenção emocional e mental dos estudantes acima do cumprimento do planejamento curricular, sem sobrecarregá-los com tarefas e avaliações, mas ajudando a manter o equilíbrio necessário para que eles e seus familiares possam ter atitudes sãs e positivas que permitam o cumprimento das limitações decorrentes das medidas para controlar a pandemia”.
>> Leia o comunicado na íntegra (em espanhol)
>> Análise de Milton Luna, do CSE, sobre o papel das e dos docentes na crise atual (em espanhol)
Honduras: Como mitigar os efeitos da pandemia no país?
Em meio à crise do COVID-19 em Honduras, o Foro Dakar-Honduras (FDH) publicou uma declaração (em espanhol) na qual demanda ações do governo e se solidariza com cada família e criança que enfrenta dificuldades de acesso à educação no atual contexto, por falta de conectividade.
“Apesar do difícil panorama que se apresenta neste momento que estamos vivendo, solicitamos a nossas autoridades do setor de educação a pensarem com esperança,” prevendo a partir de agora as ações pós-crise que possam mitigar os efeitos negativos na aprendizagem das crianças com as condições já mencionadas”, afirma o Foro.
>> Leia o comunicado na íntegra (em espanhol)
O FDH também enviou uma carta à Universidade Nacional Autônoma de Honduras (UNAH), na qual pedi para que, entre outras medidas, este centro educativo atue para contribuir com o controle da pandemia no país, desde as diferentes áreas do conhecimento; a divulgação de informações à sociedade hondurenha, para que tome medidas de prevenção; e alianças com organismos internacionais especializados na condução deste tipo de crises, como o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
> Leia a carta aqui (em espanhol)
Nicarágua: para proteger as comunidades educacionais, Fórum exige o fechamento das escolas
Diante do avanço do COVID-19 na Nicarágua, o Fórum de Educação e Desenvolvimento Humano da Iniciativa pela Nicarágua (FEDH-IPN) divulgou uma declaração pública, na qual rejeita a decisão do Ministério da Educação (MINED) por não terem sido adoptadas medidas eficazes de protecção e prevenção contra o vírus. O Fórum compartilha suas preocupações sobre a forma em que a crise de saúde poderia afetar a aprendizagem e a segurança de crianças e adolescentes.
Em novo comunicado, o FEDH-IPN também alerta sobre os impactos da emergência para a educação nacional, e solicita procurar estratégias, didácticas e mecanismos para proporcionar uma educação à distância e criar programas educativos formais e não formais que respondam às necessidades educativas.
