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Fórum Internacional sobre Inclusão e Equidade na Educação começa em Cali

11 de setembro de 2019

Por: Thais Iervolino

A abertura do evento contou com a presença da Ministra da Educação Nacional da Colômbia, do Prefeito de Cali e da Vice-Diretora Geral de Educação da UNESCO

“Idéias, propostas, e políticas podem avançar para o caminho da educação inclusiva, para que ela seja diária, fortalecendo a diversidade linguística e cultural, nos espaços educacionais e na família”, afirmou María Victoria Angulo, Ministra da Educação Nacional da Colômbia, durante sua apresentação na abertura do Fórum Internacional sobre Inclusão e Equidade na Educação, realizado em Cali, Colômbia, até 13 de setembro.

Organizada pela UNESCO, em parceria com o Ministério da Educação da Colômbia e a Prefeitura de Cali, a reunião reúne cerca de 500 pessoas de mais de 40 países, incluindo representantes dos Ministérios da Educação e funcionários do governo; profissionais da educação, educadoras e educadores; pesquisadoras, pesquisadores e especialistas; organizações de juventude; meios de comunicação; e representantes de organizações intergovernamentais e não-governamentais que apoiam a educação inclusiva.

“Deve ser uma educação ao longo da vida e de uma visão multidisciplinar e holística dos processos educacionais, que acompanhe e reconheça a diferença, que aborde a diversidade”

Segundo a Ministra da Educação da Colômbia, é necessário que os países desenvolvam currículos que defendam a diversidade, ampliando o papel da educação para promover a cidadania e lançando uma visão abrangente da educação, a partir de sua articulação com a cultura, a saúde, o bem-estar, o cuidado e o autocuidado, as relações familiares e outros elementos que permitem às e aos estudantes exercer sua cidadania e ser reconhecidos como sujeito de direitos.

“A escola, como promotora de inclusão, equidade e cidadania global, transcende os dados de cobertura. Deve ser uma educação ao longo da vida e a partir de uma visão multidisciplinar e holística dos processos educacionais, que acompanhe e reconheça a diferença, que aborde a diversidade”, enfatizou.

Acrescentou como elementos fundamentais para a inclusão no campo educacional: a educação ao longo da vida; o reconhecimento do valor intrínseco da educação para alcançar direitos e dignidade; o papel da tecnologia, da ciência e da inovação; a promoção do desenvolvimento de outras competências além das básicas e cognitivas nas escolas, como criatividade e capacidades socioemocionais; e o aprendizado equitativo para homens e mulheres.

Maurice Armitage Cadavid, prefeito de Cali, também participou da abertura do fórum, que acolheu as pessoas presentes e reafirmou a importância de garantir o direito a uma educação de qualidade para todos. “Vejo meninas e meninos muito inteligentes e sem possibilidade de acessar centros educacionais. Temos que continuar lutando por uma educação de qualidade para que todas as crianças tenham as mesmas oportunidades”, afirmou.

Em seu discurso durante a abertura, Stefania Giannini, Vice-Diretora Geral de Educação da UNESCO, enfatizou a importância do Fórum para o debate, reflexão e fortalecimento de agendas e iniciativas para a realização da educação inclusiva. Além disso, destacou que é necessária uma profunda transformação do paradigma de como a educação é entendida e realizada, para que a inclusão nesse campo possa ser cumprida, conforme estabelecido pelo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4 (ODS 4, referente à educação), e, como também prevê a Declaração de Salamanca, adotada há 25 anos.

Além disso, apontou o valor fundamental da educação para a transformação de nossas sociedades e o cumprimento de todos os ODS.

“Para atingir esses objetivos, precisamos de compromissos políticos dos governos, mais financiamento e uma mudança cultural, dentro e fora das escolas, nas comunidades educacionais”, acrescentou.

Programa de amanhã, 12 de setembro

Na quinta-feira à tarde, a coordenadora geral da CLADE, Camilla Croso, será uma das participantes do painel “Currículos inclusivos e avaliações para acompanhar os estudantes em sua diversidade”. Nesta mesa, serão analisadas e discutidas estratégias para garantir o desenvolvimento e a aplicação de currículos e materiais de ensino inclusivos e interculturais que respondam a diversas situações e necessidades ao longo do ciclo educacional. Também serão examinados os métodos de avaliação para apoiar e acompanhar estudantes de diferentes correntes culturais e socioeconômicas, com diferentes habilidades e necessidades educacionais.

Após esta mesa, Camilla Croso também será responsável por moderar os diálogos do evento paralelo “Inclusão e educação na América Latina e no Caribe: questões e desafios críticos”. Nesta reunião, organizada pelo Relatório Global de Monitoramento da Educação da UNESCO (GEM), serão discutidos dados e tendências apresentados na formulação de uma edição regional especial do Relatório, que será lançado no próximo ano: GEM 2020 sobre o direito à educação e inclusão na América Latina e no Caribe.

Serão abordados tópicos como a situação do atendimento às pessoas excluídas da educação, por gênero, deslocamento, migração, etnia, idioma, pobreza, deficiência ou outras características. Será também uma oportunidade para desafiar as autoridades a assumir um compromisso com a promoção de sociedades inclusivas, desde o desenho e implementação de leis, políticas e planos de educação para inclusão e equidade.

Por sua vez, Vernor Muñoz, diretor de Políticas e Advocacia da Campanha Mundial pela Educação (CME), participará da sessão plenária do dia, com o tema “Preparação e aprovação de marcos legais, de planejamento e de políticas que dialogam com as bases para a inclusão e a equidade”.

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