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Vernor Muñoz sobre Fórum da UNESCO: “Este é um marco para construir a inclusão”

11 de setembro de 2019

Por: María Cianci, da ALER; e Samuel Grillo, da CLADE

Em diálogo com a ALER, Vernor Muñoz compartilha algumas das expectativas da sociedade civil para o Fórum Internacional sobre Inclusão e Equidade na Educação, que começou hoje em Cali

No âmbito do Fórum Internacional sobre Inclusão e Equidade na Educação, organizado pela UNESCO, em parceria com o Ministério da Educação da Colômbia e a Prefeitura de Cali, a ALER e a CLADE conversaram com Vernor Muñoz, ex-Relator Especial da ONU sobre o direito à educação e diretor de políticas e advocacia da Campanha Mundial pela Educação (CME). O evento acontece em Cali (Colômbia), de 11 a 13 de setembro.

Sobre o Fórum, Muñoz disse que, em tempos de retrocessos para os direitos humanos no mundo e na região, a oportunidade de fortalecer a educação da perspectiva de direitos e inclusão é muito encorajadora. “Acreditamos que, na comemoração dos 25 anos do Marco de Ação de Salamanca, os instrumentos de direitos humanos podem ter um importante impulso em termos de inclusão educacional, que vai além das pessoas com deficiência e cobre direitos e necessidades de todas as populações historicamente discriminadas”, afirmou.

Muñoz inclui a pobreza, a violência contra mulheres e a discriminação contra pessoas LGBTI em contextos educacionais, entre as questões regionais urgentes que serão abordadas no evento. “Mas não podemos ser ingênuos. Um profundo abismo entre retórica e prática tem sido uma constante na América Latina e no Caribe. Temos maravilhosas Constituições, leis e políticas, mas vemos um ressurgimento dos problemas que as pessoas enfrentam”, destacou.

Sobre a participação de empresas no Fórum, o diretor de Políticas e Incidência da CME enfatiza que, embora não façam parte dos movimentos sociais, ainda são um grupo de poder que exerce influência política, algo que muitas vezes gera resultados negativos para a educação inclusiva. “Assim, nos mobilizamos para que, primeiro, respeitem a estrutura de direitos humanos. Segundo, que prometam apoiar a educação pública e gratuita fornecida pelo Estado. E terceiro, que se unam às comunidades e povos que sofreram discriminação ao longo da história”, disse Muñoz.

“Este não é um marco para fazer negócios, é um marco para criar inclusão”, concluiu.


Escute a entrevista completa, em espanhol:


Entrevista e áudio: María Cianci, da ALER

Texto: Samuel Grillo, da CLADE

Edição do texto: Fabíola Munhoz, da CLADE