Peru: Mais de 100 organizações da sociedade civil se mobilizam para defender a perspectiva de gênero na educação
8 de maio de 2019
Diante de novos ataques de grupos conservadores contra a inclusão de uma perspectiva de gênero no currículo nacional da educação básica, a sociedade civil peruana se manifesta a favor da nova política educacional
Recentemente, a sociedade civil do Peru alcançou conquistas importantes em relação à igualdade de gênero, com a aprovação da Política Nacional sobre Igualdade de Gênero e a decisão do Supremo Tribunal do país a favor da abordagem de gênero no Currículo Nacional de Educação Básica. No entanto, as forças ultraconservadoras no Peru continuam a rejeitar qualquer política nacional ou internacional que promova a igualdade de gênero, especialmente na políticas educacionais.
Na quinta-feira, 9 de maio, a recém-nomeada Ministra da Educação, Flor Pablo Medina, será abordada no Congresso Nacional para responder a 29 perguntas sobre o tratamento de gênero e do conflito armado nos livros escolares. Em resposta e em apoio à política educacional, foi criado o Movimento Cidadão pela Igualdade de Gênero, reunindo 128 organizações da sociedade civil no país, incluindo a Campanha Peruana pelo Direito à Educação e vários de seus membros.
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“A perspectiva de igualdade de gênero não é uma ideologia perversa, como alguns grupos erroneamente apontam, é uma ferramenta que permite a visibilidade de relacionamentos doentios, visa eliminar desigualdades de direitos entre homens e mulheres, promover uma cultura de equidade e lidar com diferentes tipos de violência e discriminação que vivemos no país”, afirma o pronunciamento do Movimento Cidadão pela Igualdade de Gênero, divulgado hoje.
O grupo, que inclui mães, pais, estudantes, docentes e ativistas, afirma que permanecerá vigilante e mobilizado para salvaguardar o bem-estar e os direitos comuns de todas as pessoas no Peru.
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“O Estado tem a obrigação de formular políticas públicas que respondam aos problemas enfrentados por nosso país, o que inclui números alarmantes sobre violência sexual, discriminação de gênero e gravidez na adolescência, aumentando a urgência de responder a essas questões”, afirmam as organizações.
O movimento também promove uma petição para pressionar o Congresso Nacional a apoiar a perspectiva de gênero na educação.
Na véspera da interpelação do Ministro da Educação, haverá também uma vigília em frente ao Congresso Nacional.