Foto: José Gabriel Ruiz Lembo/UNESCO_

Grupo de Trabajo de Género de CLADE finaliza su ciclo de encuentros abiertos

22 de dezembro de 2022

Con miras a contribuir al fortalecimiento de la perspectiva de género en las políticas y prácticas de su membresía, mediante el intercambio de experiencias y aprendizaje entre pares, la CLADE realizó, durante el último trimestre de 2022, una serie de tres encuentros abiertos, organizados por su Grupo de Trabajo (GT) de Género.

El primer encuentro, realizado el 28 de septiembre, se dedicó a presentar algunos ejemplos de políticas institucionales de género llevadas a cabo por los miembros de CLADE y a reflexionar en torno a los elementos que deben contener estas políticas. Desde su experiencia en la creación y evaluación de tales políticas, Tita Torres, coordinadora de la REPEM, apuntó que “una política de género plantea estructuras, mecanismos, estrategias y acciones concretas para transversalizar el enfoque de género y especificarlo”. Ella explicó que estas dos estratégias deben ir de la mano, ya que, si los temas de género únicamente se especifican y concretan en las instituciones, se terminan aislando de las demás áreas; así mismo, si solamente se transversalizan, se difuminan y se vuelven intangibles.  

El segundo encuentro (23 de noviembre) se centró en las metodologías inclusivas para la construcción de políticas institucionales y educativas con enfoque de género. En tal sentido, se destacó la importancia de la participación activa de los sujetos de derechos en la construcción de las políticas, el respeto de los ritmos de los colectivos y la vinculación con la sus realidades cotidianas. Las panelistas, Cecilia Viteri (Contrato Social por el Derecho a la Educación de Ecuador), Virgina Trova, Karina Luján y Gabriela Jesús González (RIZOMAS) y Ariadna Reyes (consultora de CLADE) coincidieron en subrayar que, en lugar de buscar transformar “las comunidades”, más bien se trata de transformarse con las comunidades, poniendo los distintos saberes a dialogar y asegurando la apropiación por parte de los propios sujetos, comunidades rurales, indígenas, idiomas nativos, etc.

En el tercer encuentro, que tuvo lugar el 7 de diciembre, las experiencias presentadas giraron en torno a políticas y experiencias educativas comunitarias con enfoque de género que han sido implementadas con menor o mayor grado de institucionalización. Según Mariana Zeballos, de InteRed Bolívia, para lograr la institucionalización de las políticas de género, es importante conjugar las luchas contra la patriarcalización con otras luchas, como la descolonización, el antirracismo, el anticapitalismo, entre otras. Aún así, los términos que se usan para referirse a estas realidades opresoras varían mucho entre comunidades, por lo que destacó la importancia de descolonizar el lenguaje y los sistemas epistemológicos a la hora de hacer políticas con perspectiva de género.


Foto: Archivo

“É preciso visibilizar as pessoas trans na criação de projetos e políticas educativas”

1 de abril de 2020

“Somos muito poucas as pessoas trans que realmente temos acesso aos trabalhos formais e, ainda assim, conseguimos com muita dificuldade. No meu país, o acesso ao trabalho e a permanência na educação continuam sendo um problema”, afirma Alejandra Collette Spinetti Nuñez, professora de Literatura no ensino médio no Uruguai na educação pública e diretora nacional do Coletivo Trans do Uruguai (CTU).

Foto e declaração de Alejandra Collette para campanha educativa no Uruguai. Foto: Arquivo

Em entrevista à CLADE, a ativista e professora abordou os desafios e barreiras que enfrentam as pessoas trans no acesso à educação, no contexto do Dia Internacional da Visibilidade Trans, celebrado ontem (31 de março).

Segundo Alejandra, além da inclusão, a permanência e a conclusão do ciclo educativo são desafios. “Há uma realidade que leva a que as pessoas trans vivam em situação de pobreza, e não possam aceder às suas casas, nem pagar pelos serviços básicos. Leva também a que tenham uma expectativa de vida de 35 a 40 anos, na América Latina”, afirmou.

Leia a entrevista na íntegra: 

Como é ser uma mulher trans no sistema educacional, seja uma estudante ou uma profissional da educação?

Alejandra Collette Spinetti Nuñez – Ser uma mulher trans que trabalha no ensino, e também na defesa dos direitos na educação, não é fácil. Em nossos países latino-americanos, em uma sociedade machista e patriarcal, em uma educação pensada e organizada, estruturada desde uma abordagem cisgênero e heterossexual, a partir de um olhar binário, ser uma mulher trans professora significa lutar contra uma quantidade de preconceitos e imaginários populares contra os quais é preciso que lutar, procurando desarmar, romper. Por isso, não é fácil.

“Ser uma mulher trans professora significa lutar contra uma quantidade de preconceitos e imaginários populares contra os quais uma tem que lutar, buscando desarmar, romper”

A gente sofre muito, muita coisa acontece. A gente tem que provar em dobro não só que é boa profissional, como também que é boa pessoa, moralmente e eticamente inquestionável, o tempo todo e com uma constante demonstração disso. É uma luta que te leva uma vida.


Quais são as principais problemáticas que as pessoas trans enfrentam na América Latina e no Caribe, e especialmente em seu país?

Alejandra Collette Spinetti Nuñez – Primeiramente é a visão de aquilo que as famílias esperam, na educação e no trabalho, ou seja, o binarismo. Se te atribuem o género masculino, [esperam que] você se construa neste gênero. Se te atribuem o gênero feminino, [esperam] que você se construa no feminino.

Por isso, quando as pessoas trans construímos nossa identidade, nosso corpo, nossa expressão de gênero, o inesperado, enfrentamos a discriminação, a violência, o assédio. Isso leva ao bullying na educação, ao não ingresso no mercado de trabalho, a não ser levadas em conta dentro do sistema de saúde para uma saúde integral trans. Consequentemente, deixa como único destino às mulheres trans o trabalho sexual, e aos homens trans, o desemprego ou o trabalho braçal.

“Para além da inclusão – podemos incluir, eu vou e me inscrevo em uma universidade e estou incluída – o problema é a permanência e finalizar o ciclo educativo”

Somos muito poucas as pessoas trans que realmente temos acesso aos trabalhos formais e, ainda assim, conseguimos com muita dificuldade. No meu país, o acesso ao trabalho e a permanência na educação continuam sendo um problema. 

Eu sempre falo que para além da inclusão – podemos incluir, eu vou e me inscrevo em uma universidade e estou incluída – o problema é a permanência e terminar o ciclo educativo. Portanto, há uma realidade que leva a que as pessoas trans vivam em situação de pobreza, não possam ter acesso às suas casas, nem pagar pelos serviços básicos. Leva também a que tenham uma expectativa de vida de 35 a 40 anos, na América Latina.


Alejandra Collette (esquerda) com outros integrantes do Coletivo Trans do Uruguai. Foto: Arquivo

Qual é a importância do universo trans para a educação? E qual é a importância da educação para as pessoas trans?

Alejandra Collette Spinetti Nuñez – A importância do universo transgênero para a educação é a mudança cultural. Que tanto professores quanto estudantes possam ter uma pessoa transgénero em seu centro educativo, em seu grupo de aula, leva a essa luta que impulsionamos hoje, que é a mudança cultural. A mudança cultural em primeiro lugar, porque é isso que nos levará à inclusão e permanência.

Para as pessoas trans, a educação é a coisa mais importante porque permite alcançar a mudança social, a mudança cultural e o acesso a locais de trabalho, aos quais sem educação não é possível alcançar.


Quais políticas públicas são necessárias na educação para a igualdade de género e o respeito à diversidade sexual?

Alejandra Collette Spinetti Nuñez – As políticas públicas têm a ver com acompanhar o universo transgênero na educação, com a contenção de vínculo, o acompanhamento, intervir em situações de bullying e discriminação, com oferecer ferramentas às pessoas trans e pessoas da diversidade sexual para a permanência, para a conclusão de seus estudos. Também têm a ver com dar ferramentas à equipe de professores e à equipe diretiva para não discriminar, para não exercer bullying, para incluir e ajudar estas pessoas.


De que modo os diferentes espaços educativos (escolas, estabelecimentos de ensino, universidades, órgãos governamentais, etc.) tratam esta questão e como deveriam abordá-la?

Alejandra Collette Spinetti Nuñez –  Hoje, na América Latina e no Caribe, a educação não está tratando a questão da diversidade sexual, de gênero, de expressão do gênero.

Muitas vezes, os professores tratam da questão, mas só fazem isso por compromisso social, mas a educação como tal, como sistema, não aborda esta questão e deveria abordá-la a partir da perspectiva não cisgênera, não binária, a partir de um olhar transversal e interseccional.

Para isso, são necessárias outras pessoas atuando na educação. Em geral, a educação de nossos países latino-americanos é dirigida por homens ou mulheres cisgênero, heterossexuais, que só conhecem o tema da diversidade sexual pelos meios de comunicação. Não lhes interessa sensibilizar e trabalhar no assunto.

“A forma é dar visibilidade às pessoas trans e incluí-las na geração de projetos educacionais e políticas educativas, bem como no monitoramento dessas políticas”

É do interesse dos sistemas educativos de alguns países “educar os mais pobres”, no caso dos governos mais progressistas. Outros nem sequer têm interesse nisso, e menos ainda vão ter interesse na diversidade sexual e na identidade e expressão de género. Acho que para isso precisam incluir nos seus cargos diretivos assessores, consultores que sejam pessoas da diversidade de gênero.

Não diria da diversidade sexual, porque esse é um tema “mais aceito”. Se diz, por exemplo: “é gay, mas por mais que seja gay, é masculino”. E assim é muito mais aceito. A mulher lésbica, se é feminina, não tem problema. O problema surge com as pessoas trans.

Eu acho que a maneira [de mudar este cenário] é dar visibilidade às pessoas trans e incluí-las na criação de projetos educativos e políticas educativas, bem como no monitoramento dessas políticas.


Ações para defender a educação em nossa região e muito mais: CLADE publica seu relatório quadrienal

4 de outubro de 2019

A CLADE apresenta seu Relatório de Actividades 2015 – 2018. Nesse período, a rede impulsionou uma série de ações de incidência, participação, mobilização, comunicação, articulação interinstitucional, pesquisa, bem como análises e posicionamentos públicos, para contribuir com a realização do direito à educação ao longo da vida.  (mais…)


Cúpula da ONU: Destaque para o papel da educação e das meninas no desenvolvimento sustentável

26 de setembro de 2019

Os desafios do campo educacional e da igualdade de gênero em um contexto político e econômico predatório e patriarcal foram alguns dos pontos enfatizados nos diálogos e apresentações que ocorreram no evento “Meninas em ação climática: soluções sustentáveis para enfrentar as mudanças climáticas”. O encontro foi realizado pela Plan Internacional em 24 de setembro, paralelamente à 74ª sessão da Assembléia Geral da ONU, que ocorre em Nova Iorque.
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Fórum da UNESCO: Autoridades de cinco países apresentam conquistas e desafios para a educação inclusiva

12 de setembro de 2019

O segundo painel de debates do Fórum Internacional sobre Inclusão e Equidade na Educação da UNESCO (11 a 13 de setembro em Cali, Colômbia) contou com a presença de representantes dos Ministérios da Educação de cinco países. A mesa foi composta: Hirut Woldemariam, Ministra da Ciência e Ensino Superior da Etiópia; Pablo Medina, vice-ministro de Educação do Peru; Constanza Alarcón, vice-ministra da Educação da Colômbia; João Costa, Vice Ministro da Educação de Portugal; e Dominic Cardy, Ministro da Educação e Desenvolvimento da Primeira Infância de Nova Brunsvique, Canadá. O diálogo foi moderado por Stefania Giannini, vice-diretora geral de educação da UNESCO.
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Foto del rostro de una adolescente peruana, mirando a un lado, con un gran sombrero tradicional
Foto: Marcia Kentalis

Peru: Mais de 100 organizações da sociedade civil se mobilizam para defender a perspectiva de gênero na educação

8 de maio de 2019

Diante de novos ataques de grupos conservadores contra a inclusão de uma perspectiva de gênero no currículo nacional da educação básica, a sociedade civil peruana se manifesta a favor da nova política educacional (mais…)


Joven peruana vestida con una camisa rosa de manga larga y un sombrero, sosteniendo un maíz pequeño. En la parte posterior de la imagen, hay montañas y un cielo azul.
PxHere

Peru: “A política nacional de igualdade de gênero e a incorporação da abordagem de gênero no currículo geram sinergias para superar discriminação contra meninas e mulheres”

9 de abril de 2019

Na semana passada, o governo do Peru publicou o Decreto Supremo N ° 008-2019, que aprova a Política Nacional de Igualdade de Gênero. Além disso, a Suprema Corte do país declarou, em última instância, que uma ação popular movida por grupos conservadores contra a abordagem de gênero no Currículo Nacional de Educação Básica (CNEB) é “infundada em todos os seus extremos”, e que o currículo deve ser implementado. (mais…)


3 niñas en su clase
João Zinclair

Marzo: mes de lucha por una educación con igualdad de género

1 de março de 2019

El 8 de marzo se celebra el Día Internacional de la Mujer, fecha que marca la lucha por los derechos de las niñas y mujeres, y el combate a la violencia y discriminación relacionada a género. Desde el punto de vista de la CLADE, para alcanzar la igualdad de género es necesario promover una educación emancipadora y garante de derechos (mais…)