Cúpula da ONU: Destaque para o papel da educação e das meninas no desenvolvimento sustentável
26 de setembro de 2019
Durante reunião sobre mudança climática, gênero e direitos humanos, foi discutida a importância de repensar a educação para caminhar em direção a outros modelos de desenvolvimento
Os desafios do campo educacional e da igualdade de gênero em um contexto político e econômico predatório e patriarcal foram alguns dos pontos enfatizados nos diálogos e apresentações que ocorreram no evento “Meninas em ação climática: soluções sustentáveis para enfrentar as mudanças climáticas”. O encontro foi realizado pela Plan Internacional em 24 de setembro, paralelamente à 74ª sessão da Assembléia Geral da ONU, que ocorre em Nova Iorque.
No evento se apontou que, embora o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) do número 4, referente à educação, seja reconhecido como uma chave para fazer cumprir todos os ODS, é necessário que outros campos sociais e direitos humanos em geral também avançar, para que a transformação desejada possa ser alcançada. “Se destacou no debate que, para avançarmos, é necessário que todo o sistema político, econômico e institucional adote os Direitos Humanos como um modo de vida”, disse Vernor Muñoz, diretor de Políticas e Advocacia da Campanha Mundial pela Educação (CME), que acompanhou a reunião.
Durante o debate, foi abordada a relação entre educação e outros direitos humanos, com o objetivo de promover uma abordagem de gênero e idade na discussão e na análise de políticas nacionais e internacionais para enfrentar as mudanças climáticas. Destacou-se a necessidade e a importância de envolver crianças e jovens, principalmente meninas, na tomada de decisões políticas sobre essas questões. Sugeriu-se também que é urgente investir em novas tecnologias e desenvolver medidas para promover fontes de energia renováveis e sustentáveis que incorporem as necessidades, conhecimentos e realidades de mulheres e meninas.
Para essas mudanças, observou-se o papel fundamental da educação e da igualdade de gênero. “O debate enfatizou que é necessário repensar a educação para permitir que os estudantes vivam em liberdade, a partir de processos educacionais que capacitam meninas e mulheres. Precisamos de uma educação que mude os homens e nos permita construir um senso diferente do conceito de desenvolvimento: se optarmos pelo desenvolvimento consumista ocidental, o mundo terminará em dois dias. O único desenvolvimento aceitável é o que protege as necessidades e a dignidade de pessoas e povos”, afirmou Vernor Muñoz.