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Seminário internacional abordará alternativas para avaliações padronizadas

9 de maio de 2019

A CLADE participará do evento, que discutirá a relação entre as avaliações padronizadas e privatização educacional, assim como alternativas a esse modelo

Começa hoje (10/5) e segue até o dia 12 de maio, na Universidade Central do Equador, em Quito, o Seminário Internacional “Tendências Atuais em Avaliação Padronizada em Educação: Resistências e Alternativas”. O evento, organizado pela Rede Social de Educação Pública nas Américas (Rede SEPA), busca avançar na revisão do estado atual do uso da “avaliação” como elemento do domínio do grande capital financeiro internacional nos processos educacionais e na profissão docente

Da mesma forma, o evento busca promover uma reflexão crítica sobre os processos de padronização da educação no contexto do neoliberalismo globalizado e a situação específica de cada país, bem como o impacto sobre a exclusão de crianças e jovens. Camilla Croso, coordenadora geral da Campanha Latino-Americana pelo Direito à Educação (CLADE), participará do evento, integrando uma mesa de diálogo com o tema “Estado das avaliações padronizadas no âmbito continental”.

Além disso, o seminário se concentrará nos processos de resistência e construção de alternativas aos testes padronizados. Docentes, pesquisadoras e pesquisadores em educação trocarão ideias para desenvolver uma agenda de pesquisa que permita avançar na criação de uma instância internacional de trabalho sobre o tema.

Leia mais sobre o seminário e conheça a agenda completa

Qual é o problema com avaliações padronizadas?

De acordo com a Rede SEPA, avaliações educacionais padronizadas e aplicadas em larga escala tornaram-se um mercado lucrativo nas últimas décadas, tanto para as corporações que desenvolvem os testes, quanto para aquelas que projetam textos e treinamento profissional. Esse negócio desvia enormes quantidades de recursos públicos para as mãos de empresas privadas, sendo uma forma de privatização da educação.

“Quando dizemos privatização da educação pública é quando pacotes privados começam a entrar na educação pública: a venda de currículos, a venda de livros, a venda de avaliações padronizadas, a venda de relatórios. Ou seja, as escolas públicas, mesmo que sejam públicas e gratuitas, carregam dentro de si um grande processo de privatização com essas vendas e lucros que ocorrem. A educação pública torna-se um mercado profundamente lucrativo em si, especialmente com tudo o que tem a ver com tecnologia e comunicação. De fato, o caso brasileiro se concentrou muito nessa forma de privatização”, afirmou Camilla Croso em uma entrevista ao programa radial Pressenza En la Oreja.

Assim, as avaliações como mecanismo de controle e ferramenta de privatização desempenharam um papel central na definição de políticas públicas. “Atualmente, elas são um dos componentes fundamentais das reformas educacionais nos últimos anos, que, longe de melhorar as condições escolares, deterioraram o sentido da educação pública e da profissão docente”, afirma a organização do seminário.