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Contribuições do pensamento de Paulo Freire para o fortalecimento das democracias

21 de dezembro de 2021

A Campanha Latino-americana pelo Direito à Educação (CLADE) assumiu o pensamento e a pedagogia freireanos como um de seus principais alicerces para a luta pelo direito humano à educação na América Latina e no Caribe. Ao longo do ano de 2021, em que se festeja o centenário de Paulo Freire, a CLADE tem promovido e participado em várias atividades que comemoram o legado do educador brasileiro, e para o mês de setembro articulou particularmente o projeto “O Legado de Freire e a construção democrática na América Latina e no Caribe: experiências, reflexões, alternativas”.

Este artigo busca, como atividade de encerramento do projeto, evidenciar a conexão do pensamento freiriano com a promoção das democracias, em contraposição às tendências autoritárias que avançam em nosso continente, especificamente no campo educacional, cerceando a liberdade acadêmica e reduzindo a própria finalidade da educação. A violação dos Direitos Humanos se expressa na criminalização dos movimentos estudantis e docentes,

nas mais recentes repressões na Colômbia e no Chile, bem como nas medidas oficiais tomadas no Brasil, reforçadas com a chamada “ideologia de gênero” e o movimento “Escola sem Partido” e “Não se meta com meus filhos”.

Essas manifestações, agravadas no período da pandemia, são sinais que nos instam a aprofundar com urgência todos os esforços em defesa da democracia, o fortalecimento dos movimentos sociais em defesa dos direitos e das liberdades, o direito humano à educação e acompanhamento de propostas transformadoras.

São múltiplas as perspectivas a partir das quais é possível destacar o legado de Freire no contexto de crise global que vivemos, em que sua vigência é evidente e também urgente. Talvez sua maior lição de vida para o presente seja que “a luta não acaba, ela se reinventa” (Freire, 2003), verdade que se expressou com grande força em 2021 com múltiplos diálogos, escritos, depoimentos, experiências, mobilizações, arte e encontros no mundo, por ocasião das comemorações dos seus 100 anos.

Sua vida e obra estão intimamente ligadas à história social da América Latina, hoje ameaçada pela aliança da agenda neoliberal com forças conservadoras. De maneira especial, suas contribuições estão vinculadas à história da educação latino-americana e às múltiplas práticas intimamente ligadas ao despertar dos povos, à recriação de suas culturas, à sua formação política e organizacional. Paulo Freire transcende o seu tempo, com um legado que não para e que, ao contrário, se recria. “Paulo Freire, más que nunca” (Kohan, 2020).

O legado

Paulo Freire (Recife, 1921 – São Paulo, 1997), conhecido mundialmente como o “pedagogo do século XX” (Araújo, 2011), contribuiu para delinear a agenda da “outra” educação latino-americana do século XXI (Torres, 2001). Desde muito jovem conheceu a pobreza do Nordeste brasileiro, realidade que se tornaria um nutriente fundamental para a sua reflexão, alimentada em diálogo permanente com várias correntes do pensamento contemporâneo. Freire “subsome, recria e supera a influência do Marxismo, do Existencialismo e da Fenomenologia” (Araújo, 2011: 822), delineando uma concepção filosófica e metodológica que combina as dimensões ética, política, pedagógica e estética.

Sua proposta educacional se materializou em uma pedagogia política voltada para a transformação social a partir da libertação dos oprimidos. Sua obra fundamental Pedagogia do Oprimido, escrita no Chile entre 1967 e 1968, começa com a seguinte dedicatória: “Aos esfarrapados do mundo e aos que neles se descobrem e, assim descobrindo-se, com eles sofrem, mas, sobretudo, com eles lutam” (Freire, 1973). Considerada a proposta pedagógica mais radical pensada a partir do Terceiro Mundo, Freire enfatizou neste trabalho as ideias de que todo processo educativo é um processo político e que o diálogo é a essência desse processo e o sentido que a ação educativa deve ter também para o educador e o educando (Vale, 2005).

Depois de quinze anos acumulando experiências no campo da Educação de Adultos, Freire promoveu, a partir do Movimento de Cultura Popular do Recife, os “Círculos de Cultura”, tornando públicas, há mais de meio século, as teses centrais de sua obra principal, Pedagogia do Oprimido (Freire, 1973: 98), as mesmas que hoje ressoam carregadas de sentido e inspiração para o futuro:

  • “En lugar de las aulas exclusivamente expositivas, el diálogo. 
  • En lugar del profesor orador, el coordinador de debates y animador cultural.
  • En lugar de alumno con tradiciones pasivas, el participante de grupo.
  • En lugar de los contenidos idealizadores de la realidad, los temas generadores, la discusión crítica-creativa de la realidad.
  • En lugar de entrenar personas para que simplemente se adapten, formar agentes sociales del cambio”
  • “Em vez de salas de aula exclusivamente expositivas, diálogo.
  • Em vez do palestrante, o coordenador do debate e facilitador cultural.
  • Em vez de um aluno com tradições passivas, o participante do grupo.
  • Em vez dos conteúdos idealizadores da realidade, os temas geradores, da discussão crítico-criativa da realidade.
  • Em vez de treinar pessoas para simplesmente se adaptarem, treine agentes sociais da mudança”

Do ponto de vista existencial, alguns contemporâneos próximos da sua vida e da sua obra educativa, explicam a dinâmica de vida em que se teceu o seu pensamento sempre atual, em estreita ligação com a vivência da práxis e com o seu compromisso com a vida:  

“Paulo Freire é um pensador comprometido com a vida; ele não pensa ideias, ele pensa a existência. É também educador: o seu pensamento nasce numa pedagogia em que o esforço totalizante da “práxis” humana procura, na interioridade dela, retotalizar-se como “prática da liberdade” (Fiori, 1973, p.3.)

“Às vezes é muito difícil falar sobre ideias que deram origem ao Método Paulo Freire, porque elas são muito simples e algumas pessoas precisam complicá-las. Na verdade Paulo Freire não tem sequer uma teoria pedagógica definitiva. Ele tem um afeto e a sua prática. Por isso fica difícil teorizar a seu respeito, sem viver a prática que é o sentido desse afeto. Por isso é fácil compreender o que ele tem falado e escrito, quando se parte da vivência da prática do compromisso que tem sido, mais do que sua teoria, a sua crença” (Brandão, 1986, p. 102).

“A universalidade da obra de Paulo Freire decorre dessa aliança teoria-prática. Daí ser um pensamento vigoroso (…), pensa a realidade e a ação sobre ela. Trabalha teoricamente a partir dela. É metodologicamente um pensamento sempre atual” (Gadotti, 1996:77). 

Reconhece-se que com sua proposta, continuamente reconstruída diante de novas realidades, Freire foi além da ‘pedagogia crítica’, na medida em que a retoma e a recria em um diálogo a partir da leitura da especificidade dos múltiplos contextos sociais onde ocorre atividade educacional (Mejía, 2012). Por isso, vários biógrafos e pensadores da sua obra testemunham que pela originalidade da sua pedagogia, “encontram, às vezes, dificuldades para classifica-lo” (Gadotti, 1996: 78), ou que “os seus conceitos não cabem em slogans” (Puigrós, 2021). O que aconteceu – esclarece este pensador e político argentino – é que do desenvolvimentismo, mas também do progressismo e da esquerda latino-americana, houve uma reificação e um reducionismo das ideias de Freire; por exemplo, o primeiro o tomou como mais um método, retirando dele o elemento político transformador.

A contribuição de Freire tem sido produzir um novo imaginário da educação, começar a pensá-la de outra forma, com ideias relacionadas ao vínculo pedagógico, à educação não bancária, à abertura do diálogo, ao reconhecimento do saber do outro e as ligações transformadoras para o futuro (Puigrós, 2021). Para o diretor do Instituto Paulo Freire, nas décadas de 1980 a 1990, a contribuição de Freire tem sido, “um divisor de águas em relação à prática político-pedagógica tradicional. A partir daí, e em conjunção com outras teorias críticas, numerosas perspectivas teóricas e práticas foram se desenhando em distintas partes do mundo, impactando muitas áreas do conhecimento” (Gadotti, 1996: 76). Seu pensamento adquiriu uma dimensão internacional e transdisciplinar, e do ponto de vista de um educador ele contribuiu com sua visão humanista-internacionalista.

Natureza política e utópica da Educação 

A compreensão do caráter político-pedagógico intrínseco à educação constituiu para Freire um eixo transversal de seu pensamento nas diferentes etapas. Nessa perspectiva, ele pensava a educação ao mesmo tempo como ato político, como ato de conhecimento e como ato criativo.

Nas suas Cartas à Guiné-Bissau (1979) com os relatos da experiência de acompanhamento do processo de reorganização da educação, após as lutas de libertação colonial, Freire reconheceu que o seu esforço tinha sido dirigido a “um entendimento cada vez mais crítico do caráter político e ideológico da alfabetização de adultos em particular e da educação em geral” (p.17). Se referia à necessidade de desvelar e compreender as múltiplas relações entre a alfabetização de adultos e a pós-alfabetização (…) com a produção, com os objetivos contidos no projeto global de sociedade, e as relações entre alfabetização e o sistema educacional do país.

O analfabetismo era uma questão política e não um problema estritamente linguístico ou exclusivamente pedagógico ou metodológico (Freire, 1990). Os métodos e técnicas estão a serviço (e em coerência com) uma determinada teoria do conhecimento posta em prática, que, por sua vez, deve ser fiel a uma determinada opção política” (Freire, 1979, p.18). Por isso, esclarecia em suas cartas: “(…) jamais tomamos a alfabetização de adultos em si mesma, reduzindo-a a um puro aprendizado mecânico da leitura e da escrita, mas como um ato político, diretamente associado à produção, à saúde, ao sistema regular de ensino, ao projeto global de sociedade a ser concretizado” (Freire, 1979, p.21).

De volta ao Brasil, em sua experiência na gestão pública, à frente da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, entre 1989 – 1991, manteve como princípio central a luta pela escola pública de qualidade para todos (“escola pública popular”), inspirado “em uma certa utopia que envolve uma certa causa que tem que ver com a criação de uma sociedade menos perversa, menos discriminatória, menos racista, menos machista que esta. Uma sociedade mais aberta, que sirva aos interesses das sempre desprotegidas e minimizadas classes populares” (Gadotti, 1996: 103)

Nesse entendimento, a prática educativa e sua teoria não podem ser neutras, pois sempre estão em jogo projetos de sociedade e de educação com interesses e propósitos: “uma coisa é a relação entre teoria e prática em uma educação voltada para a libertação, e outra bem diferente em uma educação cujo objetivo é a domesticação” (Freire, 1990: 38). A intencionalidade da prática educativa, que a faz sempre se transcender e perseguir um determinado sonho, uma utopia, não permite sua neutralidade” (Freire, 1993, p. 87).

A libertação como objetivo da educação fundamenta-se em uma visão utópica da sociedade e do papel da educação, a mesma que deve permitir uma leitura crítica do mundo. Para Puigrós (2021), os conceitos de “imaginário” e de “inédito viável” têm uma enorme carga política, uma enorme carga de desafio para os educadores, para que vejam que há muitos caminhos que podem ser abertos, muitas formas de abordagem da educação, que são inéditos e viáveis, mas você tem que imaginar. Freire disse que é possível ir além da utopia.

Pedagogia dialógica e participativa para uma democracia radical

A partir de uma nova compreensão da relação pedagógica, Freire se propôs a superar a transmissão autoritária de conteúdos por meio do diálogo crítico onde o educador e o aluno aprendem em uma relação horizontal, resgatando o saber de todos e contribuindo para se educarem juntos em um processo de formação mútua e permanente, para a transformação do mundo.

Nusbaum (2010: 76) denunciou que “este ideal socrático está em sérias dificuldades em um mundo determinado a maximizar o crescimento econômico”. Essa é a sua importância fundamental para o fortalecimento das democracias ativas e participativas e para a defesa e exercício do direito humano à educação.

Freire deu um passo além ao propor integrar os educandos como sujeitos críticos do processo de aprendizagem e não como objetos, o que lhe permitiu descobrir que a forma e o processo do ato de aprender eram decisivos em relação ao próprio conteúdo da aprendizagem. Não era possível aprender a ser democrata com métodos autoritários (Gadotti, 1996).

“Só educadoras e educadores autoritários negam a solidariedade entre o ato de educar e o ato de serem educados pelos educandos; só eles separam o ato de ensinar do de aprender, de tal modo que ensina quem se supõe sabendo e aprende quem é tido como quem nada sabe” (Freire, 1984: 32).

A participação do sujeito da aprendizagem no processo de construção do conhecimento não só foi mais democrática, mas também se mostrou mais efetiva (Gadotti, 1996). Nesse entendimento, tanto o aluno quanto o professor tornam-se pesquisadores críticos e, para isso, podem reapropriar-se de ferramentas como a pesquisa-ação, a pesquisa participante e a sistematização de experiências, que promovem a geração de conhecimento a partir da própria ação social e política de populações oprimidas. A Educação Popular em sua longa história na América Latina, tem promovido essas práticas, a partir das contribuições de Freire e Fals Borda, desde a década de 1960, permitindo uma síntese e influência mútua para aumentar tanto o nível de eficácia da ação transformadora quanto a compreensão da realidade (Fals Borda, 1978). O conhecimento comum produzido no cotidiano e os diferentes tipos de conhecimento local produzidos a partir das culturas são resgatados. Essa proposta metodológica está inserida no marco da construção do poder social com formas e procedimentos que permitem construir empoderamento por meio do fato educativo, e gerar um novo sentido do público democrático (Mejía, 2012: 92).

Repensar a noção de construção do conhecimento significou, por sua vez, repensar a noção de poder e, portanto, a noção de democracia e cidadania (Torres, 2001), com o objetivo central de construir um projeto de sociedade justa e solidária.

Ação educativa para a democracia

A cidadania tem sido entendida como a apropriação da realidade para nela atuar, participando conscientemente em favor da libertação, na solidariedade, pois “os homens se libertam na comunhão” (Freire, 1973). Todo ser humano pode e precisa estar consciente de sua situação e de seus direitos e deveres como pessoa.

Coerente com esse desafio para toda a sociedade, Paulo Freire afirmou que não é só na escola que as pessoas aprendem, ampliando assim o alcance e as formas de exercício da educação para a transformação. Desde seus primeiros escritos, considerou a escola muito mais do que as quatro paredes da sala de aula, abordagem que está presente na sociedade do conhecimento (Gadotti, 2008), uma vez que o “espaço escolar” foi ampliado por meios virtuais, com protagonismo das tecnologias. Os novos espaços de formação (internet, TV, redes sociais, organizações sociais, igrejas, empresas, espaço familiar) ampliaram a noção de escola e sala de aula. Porém, no contexto da pandemia global, o “capitalismo de plataformas” prevaleceu, diz Puigrós (2021), introduzindo o acento em uma relação educacional “bancária”, que substitui a interação e o vínculo pelos conteúdos enlatados e dispositivos padronizados. O problema, acrescenta, é quem são os proprietários, quem hegemoniza o campo da produção, distribuição, comercialização e uso das tecnologias.

Freire também ampliou o sentido da educação, uma vez que a escola não é apenas o lugar para estudar, mas para encontrar, conversar, confrontar, discutir, se engajar na política (Gadotti, 2008), enfim, formar a cidadania para as sociedades democráticas. Por isso, recomendou a importância de “desenvolver nos educandos a consciência dos seus direitos, bem como uma presença crítica no mundo real” (Freire, 1990: 36).

Para fortalecer o trabalho educativo para a democracia, Freire condicionou a realizá-lo “com” os educandos, estimulando uma leitura crítica da realidade. Soma-se a isso o desenvolvimento da autonomia do sujeito, a solidariedade (colaboração), a decisão, a participação, a responsabilidade social e política e a afirmação das diferenças em condições simétricas (Araújo, 2011).

José de Souza (2010) destacou a esse respeito que a ‘pedagogia crítica’ de Freire tem contribuído para a formação de cidadãs e cidadãos conscientes de que o poder transformador está na pergunta que liberta e não na resposta que aprisiona horizontes e caminhos existentes inegociáveis​​. A pergunta nos liberta para horizontes negociáveis ​​e para a construção de nossos próprios caminhos para alcançá-los. Com essa pedagogia, também se pratica a desconstrução e descolonização de respostas cuja origem histórica, intenção política e consequências epistemológicas revelam sua irrelevância para o mundo rural.

Por que a direita escolheu Freire como inimigo?

No contexto das tendências autoritárias que estão sendo vividas no continente, as ideias e propostas educacionais de Paulo Freire, têm sido objeto de proibição e perseguição no Brasil, por forças conservadoras, do Governo e da sociedade, e professores e escolas que promovem seu pensamento e práticas têm sido perseguidos. Essas expressões autoritárias e antidemocráticas não são neutras, nem apolíticas, mas, pelo contrário, como o próprio Freire advertiu (1973), seus promotores “sabem muito bem o que estão fazendo e para onde querem ir”. Em seu estudo A Radiografia do Golpe, Jessé de Souza (2016: 49) destacou que “o obscurecimento da gênese dos processos sociais atende ao interesse político de fazer as causas da desigualdade e injustiça social visíveis ” (…), de impedir-nos de olhar para as raízes, perguntando-nos com autonomia (…) ”

Reconhecido em 2012 como “Patrono da educação brasileira”, Freire tem sido valorizado como exemplo de pensadores que inspiraram “indignação ética e desobediência epistemológica” (José de Souza, 2010), em nome dos oprimidos contra o sistema de opressão, exploração e violência. Seu ideário pedagógico constitui um modelo diametralmente oposto à agenda neoliberal imposta à educação latino-americana nas últimas décadas, em contradição com o espírito do direito universal à educação e o reconhecimento da educação pública obrigatória e gratuita (Torres, 2001).

Daniel Cara, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo e líder da Campanha Nacional pelo Direito à Educação no Brasil, explica que Freire não é aceito pela extrema direita justamente porque sua filosofia não admite doutrinação; o sectarismo do autoritarismo impede o reconhecimento de uma pedagogia da autonomia, da esperança, verdadeiramente libertadora (DW / Brasil).

Mas, o próprio Freire explicava na época (1973: 37) que o “medo da liberdade” não está apenas presente nos oprimidos, mas também se instaura nos opressores, de outra forma. “Nos oprimidos, o medo da liberdade é o medo de assumi-la. Nos opressores, é o medo de perder a liberdade de oprimir ”. Há também o medo das humanidades, por parte dos especialistas em educação para o crescimento econômico, destaca Nusbaum (2010: 46), já que “o cultivo e o desenvolvimento da compreensão são especialmente perigosos diante da moralidade obtusa, que por sua vez é necessária para colocar em prática planos de crescimento econômico que ignorem a desigualdade”. Por fim, Puigrós (2021) apontou a deslegitimação da educação pública e dos professores, como um dos mais fortes instrumentos das empresas interessadas no mercado da educação. Uma tentativa de desacreditar o professor, mostrá-lo como inútil, como um fardo para o Estado, impedindo o professor de continuar a se transformar em alguém que produz novos saberes no diálogo com os alunos.

Para finalizar, uma mensagem que seu amigo e companheiro de viagem Moacir Gadotti escreveu na época:

“Como plantador do futuro, ele será sempre lembrado
porque nos deixou raízes, asas e sonhos, como herança.
Como criador de espíritos, a melhor maneira de homenageá-lo é reinventá-lo. “

 

Bibliografia

Araújo, Sonia (2011). Paulo Freire. En: Dussel, E.; Mendieta, E. y Bohórquez, C. (ed.) El pensamiento filosófico latinoamericano, del Caribe y “latino” [1300 – 2000]. Historia / corrientes/ temas / filósofos. México: siglo XXI editores.

Brandão, C. R. (1986). O que é Método Paulo Freire (11ª ed.). São Paulo: Brasiliense.

De Souza Silva, José. La pedagogía de la pregunta y el ‘día después del desarrollo’. Hacia la educación contextualizada para construir el buen vivir en el mundo rural latinoamericano. (Documento en progreso). Campina Grande, Paraíba; Nordeste de Brasil. Julio de 2010.

DW/Brasil. Noticias y análisis de Brasil y el mundo. “Por que a extrema direita elegeu Paulo Freire seu inimigo”. Edison Vega. 17.09.2021. 

Fals Borda, O. (1978). Por la praxis: el problema de cómo investigar la realidad para transformarla   Bogotá, Colombia. Federación para el análisis de la realidad colombiana (FUNDABCO).

Fiori, E. Aprender a decir su palabra. El método de alfabetización del profesor Paulo Freire. En: Freire, P. (1973) Pedagogía del Oprimido. (8ª ed.). México; siglo XXI editores 

Freire Paulo. (1973). Pedagogía del Oprimido. (8ª. Ed). México: siglo XXI editores – Paz y Tierra.

Freire, Paulo (1979). Cartas a Guinea Bissau. Apuntes de una experiencia pedagógica en proceso. (2ª ed. En español). México: Siglo XXI editores.

Freire, Paulo (1984). A importância do ato de ler. Em três artigos que se completam. Sao Paulo: Cortez editora.

Freire, Paulo (1990) La naturaleza política de la educación. Cultura, poder y liberación. Introducción de Henry Giroux.  Barcelona: Paidos – Ministerio de Educación y Ciencia 

Freire, Paulo. (1993). Política y Educación. Editor digital original Titivillus e Pub base rl-2. Traducción: Jorge Mellado. Libros en espapdf.com.

Freire, Paulo. (2003). El Grito Manso. Buenos Aires: Siglo XXI Editores Argentina S.A.

Freire, Paulo (2011). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Sao Paulo: Paz e Terra.

Gadotti, Moacir. (1996). “Paulo Freire. Uma biobibliografia. São Paulo: Cortez, Instituto Paulo Freire, UNESCO, Brasil.

Gadotti, Moacir. (2008). “Escola”. En: Streck, D.; Redín, E; Zitkoski, J. (Orgs.). (2008). Diccionario. Paulo Freire. 2ª ed. en portugués, revisada y ampliada. Belo Horizonte: Auténtica Editora.

Mejía, Marco. (2012). Educaciones y Pedagogías críticas desde el Sur. Cartografías de la Educación Popular. La Paz: Estado Plurinacional de Bolivia. Viceministerio de Educación Alternativa y Especial. 

Nusbaum, Martha. (2010). Sin fines de lucro. Por qué la democracia necesita de las humanidades. Buenos Aires: Katz editores.

Puigrós, Adriana (2021). “Los conceptos de Freire no caben en slogans”. Entrevista realizada por Diego Rosemberg. En: revista Crisis, 22 de septiembre de 2021. Buenos Aires: UNIPE.

Torres, Carlos. (org.). (2001). Paulo Freire e a agenda da educação latino-americana no século XXI. Buenos Aires: CLACSO.

Kohan, Walter. (2020). Paulo Freire más que nunca: una biografía filosófica. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: CLACSO.

Souza, Jessé. (2016) A Radiografia do Golpe. Entenda como e por que você foi enganado. Rio de Janeiro: LeYa. 

Streck, Danilo R.; Rendín, Euclides; Zitkoski, Jaime. (Orgs.). (2008). Diccionario. Paulo Freire. 2da edición en portugués, revisada y ampliada. Belo Horizonte: Auténtica Editora.

Vale, María y otros. (2005). Paulo Freire, educar para transformar: almanaque histórico. (Proyecto Memoria). São Paulo: Mercado Cultural. 


Diálogos para a transformação social: entrevistas destacam o legado de Paulo Freire para as democracias

16 de outubro de 2021

No contexto da campanha “Paulo Freire Vive: Uma educação para a democracia”, que aconteceu em setembro, organizada pela Campanha Latino-Americana pelo Direito à Educação (CLADE), articulada à Campanha Latino-americana e Caribenha em Defesa do Legado de Paulo Freire, organizada pelo Conselho de Educação Popular de América Latina e Caribe (CEAAL), realizamos entrevistas em que se abordou a importância do legado do educador brasileiro para a realização de uma educação emancipadora e transformadora, que fortaleça as democracias

Veja a seguir duas das entrevistas.

Entrevistada: Antônia Vanderlucia de Oliveira Simplício, de MST Brasil.

Integrante do setor de formação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) do Brasil, Antônia faz parte da coordenação de Cursos sobre a Realidade Brasileira do movimento e conversou com a CLADE sobre a importância de Paulo Freire na educação praticada pelo MST.

Nascido oficialmente em 1984, quando o Brasil vivia um regime militar ditatorial, o MST é o movimento social mais antigo do país e hoje é constituído por cerca de 350 mil famílias que lutam pelo direito à terra no país.
Para além de sua luta pela reforma agrária, o MST é referência também na atuação pela conquista de outros direitos, entre eles a educação no campo e a agroecologia.

Na conversa, a entrevistada aborda pontos, como o contexto político-pedagógico brasileiro, a influência do Paulo Freire na educação e na prática pedagógica do MST e a importância da educação para o fortalecimento da igualdade de gênero, da cidadania e para a superação das injustiças, assim como o enfrentamento das crises ambiental e sanitária que vivemos.

Veja a entrevista a seguir.


Entrevistada: Crispina Rodriguez, doutora em sociologia de Cabo Verde

Doutora em Sociologia de Cabo Verde, Crispina Rodriguez ocupou vários cargos políticos no país, nomeadamente de deputada por dez anos e vice-presidenta do Parlamento e do Partido da independência do país, o PAICV. Foi, ainda, Presidente e cofundadora da organização das mulheres de Cabo Verde. Atualmente aposentada, sua última ocupação antes de se retirar foi de Embaixadora de Cabo Verde na República de Cuba. Tem o estatuto de Combatente da liberdade da Pátria e é membro da Fundação Amílcar Cabral, herói nacional e pai da independência de Cabo Verde.

Crispina conheceu o educador brasileiro Paulo Freire, durante sua jornada em Cabo Verde e Guiné-Bissau, logo do processo de independência desses dois países. De acordo com Crispina, o pensamento e o legado de Paulo Freire foram fundamentais para implementar uma política de alfabetização de pessoas jovens e adultas no país, a partir de uma perspectiva de educação descolonizadora, para a democracia, liberadora das opressões e imposições de que era alvo o povo africano naquele momento.

Nesse diálogo com CLADE, Crispina contou suas vivências no contato com Paulo Freire e enquanto testemunha do processo de implementação de políticas educativas e de alfabetização inspiradas na perspectiva freireana de educação liberadora e democrática, bem como seus efeitos em termos de democratização e transformação social em Cabo Verde.

Paulo Freire esteve em Guiné-Bissau e Cabo Verde em 1977 e 1979, pós-independência desses países (a independência de Cabo Verde ocorreu em 1975, tendo Freire chegado ao país dois anos depois, a convite das autoridades responsáveis por impulsionar políticas de educação e alfabetização para os contextos desses Estados).

Paulo Freire defendia uma educação descolonizadora e descolonizada, pensada a partir dos próprios africanos e africanas, para o pensamento crítico, a participação social, a democracia e pertinente para sua própria realidade. Segundo Crispina, esse pensamento se instaurou e foi reconhecido nas políticas de Educação de Pessoas Jovens e Adultas e educação básica/secundária em Cabo Verde, sendo que esse legado permanece vivo no país até hoje.

Veja a entrevista completa:

 


El texto trata de la relación entre Paulo Freire y la Educación de Personas Jóvenes y Adultas. La imagen es una ilustración colorida que trae el Paulo Freire con un fondo azul y diceres en naranja a respeto de la campaña.
relación entre Paulo Freire y la Educación de Personas Jóvenes y Adultas

#PauloFreireVive… e é vital para fortalecer nossas democracias

1 de setembro de 2021

A Campanha Latino-americana pelo Direito à Educação (CLADE), desde sua fundação, asumiu o pensamento e pedagogia de Paulo Freire como um dos seus principais fundamentos para a luta pelo direito humano à educação na América Latina e Caribe.

A educação emancipadora, o pensamento crítico, a transformação dos âmbitos e relações educativas nos espaços de construção coletiva de saber, leitura dos contextos, busca de alternativas e ações transformadoras no horizonte da democracia, têm sido linhas de trabalho estratégico da CLADE.

Neste contexto e diante da celebração do centenário de Paulo Freire, que será realizada no próximo dia 19 de setembro, a CLADE, articulada à Campanha Latino-americana e Caribenha na Defesa do Legado de Paulo Freire, organizada pelo Conselho da Educação Popular da América Latina e Caribe (CEAAL), dá início a um setembro de ações de comunicação, sensibilização e diálogo para celebrar a importância do legado de Freire para a garantia de uma educação emancipadora e crítica que fortaleça as democracias em nosso continente e em todo o mundo.

Cada semana do mês, partindo do dia 3 de setembro, membros da CLADE realizarão e divulgarão webinários, mensagems e materiais em diversos formatos compartilhados em redes sociais e outros canais de comunicação para destacar diferentes conceitos relacionados ao legado de Freire para a realização de uma educação emancipadora e democrática.

  • Semana 1: Do 3 ao 10 de setembro, serão enfatizadas as mensagens e ações sobre a importância do Freire para a democracia, representada pela cor azul.  
  • Semana 2: De11 a 17 de setembro, serão destacadas mensagens, obras artísticas e materiais sobre liberdade de expressão e as manifestações artísticas e materiais sobre a liverdade de expressão e manifestações artísticas em relação à educação a partir da perspectiva freiriana, representadas pela cor violeta. 
  • Semana 3: Del 18 al 24 de septiembre, será el momento de visibilizar y divulgar mensajes y entrevistas, reforzando la perspectiva del diálogo en la educación freireana y su importancia para la transformación social, siendo estos conceptos representados por el color naranja.
  • Semana 4: Ya la semana final, del 25 al 30 de septiembre, con el color verde, irá señalar actividades y mensajes sobre el legado de Freire para la garantía de la Educación de Personas Jóvenes y Adultas (EPJA) como un derecho humano fundamental clave para promover el desarrollo sostenible, los derechos humanos y, con ellos, nuestras democracias.

Entérate a continuación de la agenda prevista para el mes, y sigue nuestras actualizaciones sobre esta campaña por aquí y las redes sociales CLADE: FB y TW: @redclade / IG: @red.clade, con el hashtag #PauloFreireVive



Programa completo


2 de septiembre

Webinario Paulo Freire 100 años, Esperanzar y Resistir en Movimiento
Organiza: CEAAL


3 de septiembre

Evento internacional: Pensamientos y prácticas de Paulo Freire para responder frente a las amenazas a la democracia: perspectivas desde los continentes
Organiza: CLADE


11 de septiembre

Webinar: Repensando la alfabetización en tiempos de pandemia y de la era digital
Organiza: Coalición Colombiana por el Derecho a la Educación (CCDE).
Hora: 9:00 a 11 am (hora Colombia).
Más información: Un conversatorio que reunirá teóricas y teóricos para dialogar en torno a la reconceptualización de la alfabetización para personas jóvenes y adultas, en miras de fortalecer las recomendaciones hacia la VII CONFINTEA. El Conversatorio abordará la resignificación del concepto de Alfabetización, el contexto político y económico de la EPJA y las necesidades de una alfabetización contextualizada. Invitada: Miriam Camilo, directora de EPJA en República Dominicana.

Transmisión por Facebook Live @CoalicionEducacionColombia


13 a 19 de septiembre

Difusiones de obras artísticas sobre EPJA y en homenaje a Paulo Freire.
Organiza: CLADE.
Dónde acompañar: a través de redes sociales de la CLADE (FB y TW: @redclade / IG: @red.clade).


14 de septiembre

Programa radial especial sobre el centenario de Paulo Freire
Organiza:
ALER.
Hora: a las 4 pm, hora de Quito, con 15 minutos de duración.
Enlace aquí en breve.


19 y 20 de septiembre

Plenaria Mundial de Educación Popular
Organiza: CEAAL, en alianza con Red Estrado, Consejo Mundial de Iglesias y muchos otros actores más.
Se compartirán más informaciones pronto.


20 a 25 de septiembre

Serie de entrevistas sobre Paulo Freire, transformación social y democracia.
Organizan: CLADE, ALER y Pressenza.
Dónde acompañar: a través de redes sociales de la CLADE (FB y TW: @redclade / IG: @red.clade) y página web: www.redclade.org.


25 de septiembre

1) Encuentro EPJA Transformando Vidas
Organiza: Coalición Colombiana por el Derecho a la Educación (CCDE)
Hora: 9:00 am a 6:00 pm (horario de Colombia).

Más información: Encuentro de educación de Personas Jóvenes y Adultas rumbo a la CONFINTEA VII. El evento se realizará de manera híbrida, con 50 personas presenciales en el Congreso de la República de Colombia y transmisión e interacción de manera virtual. Allí se abordarán los temas: Financiación de la educación, políticas públicas educativas, juventud EPJA, currículo docente. Link de registro y más información pronto.

2) Jornada para compartir una sistematización de la campaña Paulo Freire Vive, de CEAAL.
Organiza: CEAAL.
Hora y otros detalles a confirmar.


27 de septiembre

Evento internacional: Educación para personas Jóvenes y Adultas en América Latina y Caribe: situación, testimonios y pensamiento freireano
Organizan: CLADE, con Plataforma de redes regionales por la EPJA en América Latina y el Caribe
Hora: de 11h a 13h (horario de Brasil, GMT-3).

Informaciones: Presentación de resultados de los estudios “La situación de la Educación con Personas Jóvenes y Adultas en América Latina y el Caribe en contexto de pandemia: Panorama descriptivo analítico” y “La Educación de Personas Jóvenes y Adultas para migrantes y refugiados en América Latina y el Caribe: Contexto, experiencias y situación en el marco de la pandemia”, en diálogo con la Plataforma EPJA, en ruta hacia la Confintea VII, y con el colectivo Freire Vive.

El evento tendrá traducción simultánea a español, creole, portugués, inglés y francés, además de interpretación en lengua de señas internacional.

Link de registro y más información aquí pronto.

Festival por la Dignidad de los Pueblos 2021. Artes para Respirar!!
#FestivalPorLaDignidadDeLosPueblos2021 #ArtesParaRespirar será un Espacio de encuentro entre diversas luchas en toda nuestra Abya Yala, y el mundo, a través de expresiones artísticas.

Organizan: CEAAL, ALER y otras redes hermanas.
Live por Facebook e Youtube: @Festival por la Dignidad
Más información: https://www.facebook.com/watch/?v=523988815345029

Agenda:

  • Sábado 11 de septiembre (Primera Jornada: Educación Liberadora y Legado de Paulo Freire)
  • Sábado 9 de octubre (Segunda Jornada: Cuerpos y Territorios)
  • Domingo 14 de noviembre (Tercera Jornada: Encuentros Sur – Sur)

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Podcast: Campaña Brasileña hace serie de entrevistas con pensadores sobre la vida y la obra de Paulo Freire

Escucha la serie de 4 episodios en portugués, en Eduquê, podcast producido por la Campaña Brasileña por el Derecho a la Educación, y también el podcast internacional FreshEd, de Will Brehm

Las personas entrevistadas son: Sérgio Haddad, autor de “O Educador: Um Perfil de Paulo Freire” (Editora Todavia); Vitor Barbosa, educador y presidente de Associação Angolana para a Educação de Adultos; Luiza Cortesão, profesora en Universidade do Porto y presidenta de la dirección del Instituto Paulo Freire Portugal; Daniel Cara, profesor de la Facultad de Educación (FE) de la Universidad de São Paulo (USP) y dirigente de la Campaña Brasileña. 

Primer episodio: Sérgio Haddad.

Escucha y suscribe a través de tu plataforma de podcasts favorita.

Más información aquí.

>> Entérate también de otras acciones que se están programando para septiembre, a través de los canales de la campaña Paulo Freire Vive, de CEAAL:

https://ceaal.org/v3/campanha-defensa-legado-paulo-freire/

https://www.facebook.com/paulofreirevive/

 


A Educação que Necessitamos para o Mundo que Queremos – Perspectivas de adolescentes e jovens da América Latina e Caribe

6 de agosto de 2020

O documento foi elaborado pela CLADE com o apoyo do escritório do UNICEF para a América Latina e Caribe e reforça e sistematiza as demandas e olhares de adolescentes e jovens que foram recibidos no contexto da campanha “A Educação que Necessitamos para o Mundo que Queremos”.

Realizada de outubro de 2019 a abril de 2020, a campanha buscou reunir e dar visibilidade Às vozes dos e das adolescentes e jovens da região: suas lutas, demandas e opiniões, assim como suas propostas e desafios relacionados ao direito humano à educação.


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Fotos: Archivo CLADE

Estudantes da América Latina e do Caribe respondem: qual é a educação de que necessitam?

15 de junho de 2020

“A educação que estamos propondo, como juventudes latinoamericanas, tem que servir primeiro para garantir direitos, como uma ferramenta democratizadora, que fomente a emancipação do pensamento e dos corpos”, afirmou o jovem nicaraguense Alexander Guevara, em resposta a uma das perguntas do público do diálogo virtual “A Educação de que necessitamos para o mundo que queremos: perspectivas de adolescentes e jovens da América Latina e do Caribe”, realizado pela CLADE. O evento aconteceu en março, no marco da campanha #AEducaçãoDeQueNecesitamos para o mundo que queremos, que reuniu e divulgou as vozes, opiniões e sugestões de adolescentes e jovens da região sobre seu direito à educação.

Assim como Alexander, as e os jovens Alejandra Solano, da Costa Rica; Angélica Pedraza e Eylin Ríos, do México; Ariana Rodríguez e Felipe Urbas, da Argentina; Gabriel Villarpando, da Bolivia; Jazmín Elena, de El Salvador; Juan Pablo Castellanos, da Colômbia; Paulocesar Santos, do Perú; e Tony Barahona, de Honduras, analisaram e responderam as perguntas do público que não puderam ser aprofundadas ou respondidas no diálogo virtual.

Leia a seguir suas reflexões:

Para que deve servir essa educação que vocês querem?

Alexander Guevara (Nicarágua) – A educação que estamos propondo, como juventudes latinoamericanas, tem que servir primeiro para garantir direitos, como uma ferramenta democratizadora, que fomente a emancipação do pensamento e dos corpos. Ela deve servir para promover relações simétricas entre pares, para romper com os paradigmas hegemônicos dos sistemas autoritários que criminalizam a participação cidadã.



Ariana Rodríguez (Argentina) – Creio que a educação que nós jovens queremos, buscamos e construímos todos os dias em nossa luta é a que nos construa como sujeitos críticos das próprias realidades que vivemos e como sujeitos transformadores, que essa crítica possa transformar-se em algo positivo, não apenas para a educação, mas também para a sociedade. Estar em um lugar onde possamos nos sentir confortáveis e confortáveis em família e que com base nisso e com base em toda essa realidade que vivemos, a educação possa nos formar em conteúdo, experiência e que isso nos torne sujeitos críticos de nossa própria realidade, para construir uma sociedade e um mundo melhor.



Jazmín Elena (El Salvador) – Essa educação que exigimos de fato é para poder ver uma verdadeira transformação social em nossos contextos, em nossos países e na região latinoamericana, porque nós é que temos poucas possibilidades de ter uma educação de qualidade, gratuita e universal. Há poucos países que conseguiram isso e, bem, sabemos os custos que isso teve, mas tem muitos países na região onde ainda precisamos disso para poder ver uma verdadeira transformação social, uma verdadeira projeção na vida e, bem, que essa seja uma via para que se respeitem nossos direitos.


“La educação deve servir para garantir que todos desenvolvamos nossas capacidades e projetos de vida, tanto pessoais, quanto coletivos. Para que nos vejamos habilitados para o exercício responsável de nossa liberdade e a busca de justiça como cidadãos.” (Paulocesar Santos, do Peru)


Paulocesar Santos (Peru) – Acredito que deve servir para garantir que todos desenvolvamos nossas capacidades e projetos de vida, tanto pessoais, quanto coletivos. Para que nos vejamos habilitados para o exercício responsável de nossa liberdade e a busca de justiça como cidadãos. Isso quer dizer uma educação com opções flexíveis que garantam trajetórias educativas bem-sucedidas para todas as pessoas e que contribua para a afirmação de princípios e valores democráticos.



Quais são as expectativas de transformação educativa dos jovens?

Angélica Pedraza (México) – Nós, jovens, vemos a transformação educativa a partir da perspectiva de uma educação libertadora mais autodidata, que não se limite a uma sala ou a um livro, ou seja, [que não seja] uma educação bancária, mas sim uma educação que esteja envolvida na retroalimentação e em alternativas inovadoras para o processo de ensino e aprendizagem.

Gabriel Villarpando (Bolivia) – Nós, jovens, estamos muito mais envolvidos atualmente em diferentes aspectos e necessidades conforme nosso contexto, então são muitas as expectativas que temos para gerar uma mudança educativa. Elas podem envolver tecnologias, por exemplo, ou envolver também ferramentas que são muito mais inovadoras, atuais, que vão estar de acordo com nosso contexto, com nossa vida cotidiana e, especialmente, que possamos como jovens nos envolver de forma direta, de acordo com nossas necessidades, e poder exigir a adequação das exigências que nós temos a uma educação de que necessitamos. Assim, as expectativas dos [e das] jovens, sobretudo as de um jovem ativista, referem-se ao trabalho de exigibilidade de uma reforma educativa que esteja de acordo com nosso contexto e necessidades.




“Podemos dizer que necessitamos uma educação propositiva, uma educação em constante discussão, uma educação renovadora, que é a que têm os diferentes países que são desenvolvidos.” (Tony Barahona, de Honduras)


Tony Barahona (Honduras) – Podemos dizer que a educação hondurenha é uma educação positivista, é uma educação que premia a acumulação de conhecimento, mas esses conhecimentos não podem ser discutidos, nem trabalhados ou recolocados. Então, ela vem sendo como uma educação, digamos, cumulativa ou, como definem alguns pedagogos marxistas, como uma educação bancária, em que os estudantes são apenas receptores que acumulam e acumulam, memorizam conhecimento. Mas o país merece uma educação diferente, em que exista uma dialética na qual se possa construir pensamentos crítico para gerar cidadãos conscientes que possam resolver problemas ao seu redor. Portanto, podemos dizer que necessitamos uma educação propositiva, uma educação em constante discussão, uma educação renovadora, que é a que têm os diferentes países que são desenvolvidos.



Como é o mundo que se quer?

Alejandra Solano (Argentina) – No meu caso quero um mundo mais empático, onde sejamos capazes de perceber a dor e as realidades que os outros enfrentam. Isto é, um mundo menos individualista, onde possamos ver para além da bolha que cada um carrega sobre suas cabeças e entender que nem todos estamos em igualdade de condições, nem enfrentamos os problemas da mesma maneira. Isso resultaria num mundo mais solidário, onde as pessoas não pensem duas vezes antes de estender a mão aos que mais precisam, ou de dar e oferecer mais aos que têm menos.

Juan Pablo Castellanos (Colômbia) – O mundo que desejo e quero como jovem é um mundo ao alcance de nossos sonhos, com garantias dignas para todos e todas, com uma democracia sem conveniências, uma equidade social e que se garantam direitos para todas as pessoas. O caminho para o sucesso para conseguir os objetivos propostos por todas as pessoas é a Educação, já que a educação é a ferramenta mais forte que o mundo tem para transformar nossa sociedade. Sempre digo que todas as pessoas têm missões nesse mundo, com muitos desafios, claro que sim, que temos que enfrentar de uma maneira positiva e responsável para a construção de uma sociedade melhor e ao alcance de nossos sonhos. Uma sociedade sem machismo, uma sociedade sem xenofobia, sem racismo, uma sociedade digna e inclusiva, tolerante, participativa e construtiva para criar entornos que garantam direitos e [entornos] de satisfação social.



Como deve ser a educação para que as e os jovens não achem mais interessante entrar para o crime organizado? 

Alexander Guevara (Nicaragua) – Primeiro, a educação deve ser uma educação laica e livre, uma educação que seja política, que me garanta o direito de decidir, o direito de ser quem eu quero ser, sem que isso implique em alguma transgressão à ordem social. Deve ser uma educação artística que fomente a pedagogia libertadora.


Como tirar essas pessoas [de grupos criminosos] para que tenham maiores possibilidades na vida? Aí é onde entra a prevenção. Sinto que os sistemas, os governos devem buscar medidas preventivas ou alternativas para que os [as e os jovens] possam reinserir-se na sociedade” (Jazmín Elena, de El Salvador)


Jazmín Elena (El Salvador) –

Creio que primeiro devemos redirecionar essa pergunta, perguntando-nos o que fazer para que os jovens que já estão dentro desses grupos possam buscar uma via para abandoná-los e para que entrem novamente no sistema educativo, porque esse problema da violência social tem passado de geração em geração e os jovens que estão atualmente nessa situação podem ser de famílias que estiveram por décadas dentro desses grupos. 

No caso de El Salvador, isso vem se apresentando inclusive depois dos acordos de paz, ou seja, no período pós-guerra. E esse fenômeno cresceu tanto que se pode dizer que agora a maioria dos meninos e meninas que estão dentro desses grupos sem querer estar, sem que o sistema lhes desse um apoio verdadeiro, ainda se encontram ali, muitas vezes para se proteger..



Então a pergunta é: como tirar essas pessoas para que tenham maiores possibilidades na vida? Aí é onde entra a prevenção. Sinto que os sistemas, os governos devem buscar medidas preventivas ou alternativas para que os [as e os jovens] possam reinserir-se na sociedade e por outro lado para prevenir que outros jovens entrem. Os Estados têm que dar maiores oportunidades. Nesse caso, a educação pública cumpre um papel fundamental para que esses jovens que vivem nas zonas vulneráveis possam ter uma maior possibilidade de crescimento educativo, para que suas expectativas de vida possam ser melhores.

“A educação da Finlândia não funcionaria na Argentina, Brasil, Peru, Bolívia ou Haiti, porque não somos a Finlândia” (Felipe Urbas, da Argentina)

Felipe Urbas (Argentina) – Acho que em geral a participação em grupos criminosos acontece por uma falta na educação, por um erro dos educadores, por um erro do Estado, por um erro da forma, por não entender os contextos sociais onde se dá [a educação]. Por isso, sempre vou contra essa ideia de que queremos a educação da Finlândia. 

A educação da Finlândia não funcionaria na Argentina, Brasil, Peru, Bolívia ou Haiti, porque não somos a Finlândia. O mesmo acontece aqui, a educação latinoamericana tem que ser uma educação muito centrada na retenção dos alunos. Infinitas vezes acontece dos alunos irem aos colégios para comer e a educação não tem que desempenhar esse papel.

 



A educação tem que dar o espaço para que os meninos e meninas evoluam na vida, não só em termos acadêmicos, mas também em termos pessoais. Por isso, é importante que o ambiente seja de compreensão. Às vezes, será necessário priorizar mais a psicologia e a pedagogia, e isso não está mal. É mais importante que uma pessoa esteja mentalmente sã do que que ela saiba quando caiu o império romano.

Alejandra Solano (Argentina) – Em primeiro lugar, a educação deveria ser horizontal, em que todas e todos estejamos na mesma altura e ninguém se sinta mais ou menos do que ninguém.



Temos que mudar o sistema magisterial na hora de dar aulas e o tornar mais dinâmico, que seja mais interessante para as e os estudantes. Mudá-lo para que estejamos dentro das salas de aula e não estejamos fazendo sempre a mesma coisa, escutando um professor que algumas vezes não sabe como dar aulas, nem transmitir a matéria de uma forma que seja interessante para nós. Também o sistema deve tornar-se mais compreensivo e entender que nem todos vão na mesma velocidade, alguns levam pouco tempo e alguns vão mais lentos por não terem as mesmas facilidades na hora de estudar e isso não significa que não vão cumprir a meta esperada. É por isso que é da maior importância oferecer uma variedade de horários e sistemas para que ninguém fique para trás e para que a educação se torne acessível às pessoas que já passaram da faixa etária que esse sistema exige e, por sua vez, cujas condições talvez dificultem o acesso em um horário diurno, seja porque são pais ou porque trabalham.

Paulocesar Santos (Peru) –

Creio que deve servir para garantir que todos desenvolvamos nossas capacidades e projetos de vida tanto pessoais quanto coletivos. Para que nos vejamos habilitados para o exercício responsável de nossa liberdade e a busca de justiça como cidadãos. Ou seja, uma educação com opções flexíveis que garantam trajetórias educativas exitosas para todas as pessoas e que contribua para a afirmação de princípios e valores democráticos na formação de cidadãos.

Em primeiro lugar, eu iria aos centros educativos e os converteria em espaços onde a aprendizagem seja uma experiência gratificante e [que] também sejam espaços de convivência baseada no respeito e valorização do outro. Digo isso porque acredito que dessa forma pode-se promover um conjunto complexo de aprendizagens a que todas as pessoas têm direito. 

Também acredito que a educação secundária deve ser articulada ao mundo do trabalho e, bem, isso vai de mãos dadas com a ideia de ampliar a educação superior, a educação técnica produtiva, a educação alternativa e a educação artística. 

Por último: melhorar as trajetórias educativas dos estudantes. Refiro-me a reduzir a defasagem e assegurar a conclusão das trajetórias educativas dos estudantes no tempo previsto.

“É necessário ter uma educação em que deixemos de lado o racismo e a desigualdade ou qualquer forma de discriminação, aceitando a diversidade de pessoas e buscando um ambiente são, onde todas e todos tenhamos as mesmas oportunidades” (Eylin Ríos, do México).

Eylin Ríos (México) –

É verdade que nós, os jovens, somos o futuro de nosso país, entretanto é triste ver que muitas vezes podemos seguir um caminho fácil, buscando benefícios em lugares inadequados, cheios de corrupção. E a principal causa é que nem todos contamos com recursos para ter acesso a uma boa educação, cuja realização seja correta. 

Como jovem, acho que a educação é um direito para todos e todas, que deveríamos exercer sem limites e com algumas estratégias para garanti-lo. Por exemplo, há pessoas que não têm uma boa situação econômica. Por isso, temos que exigir uma educação gratuita e que nossos governos zelem mais pela educação pública. 

É necessário ter uma educação em que deixemos de lado o racismo e a desigualdade ou qualquer forma de discriminação, aceitando a diversidade de pessoas e buscando um ambiente são, onde todas e todos tenhamos as mesmas oportunidades. A educação también deve garantir a igualdade de gênero. 

Outra estratégia é que busquemos que nossos governos, democracias, nos escutem, que zelem mais pela educação e que nos deem planos de trabalho, materiais e boas instalações para que nós, os jovens, tenhamos uma motivação para seguir estudando. Que tenhamos e que nos garantam uma educação de qualidade.

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É necessário inovar a cultura (unindo-a à tecnologia) para uma melhor educação?

Angélica Pedraza (México) – É indispensável atender as exigências do mundo atual, de un mundo globalizado, que já não se conforma apenas com memorizar conteúdos, devemos envolver a tecnologia, mas como uma ferramenta que nos ajude a melhorar esses processos de ensino e aprendizagem, o que não só consiste en inovar a cultura de aprendizagem, mas também em inovar a nós mesmos.



Queria mencionar a importância que vêm tendo as artes e as produções de conteúdo nessa quarentena, sabendo e nos mostrando que não se pode viver sem a arte” (Alejandra Solano, da Costa Rica).

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Alejandra Solano (Costa Rica) – Sim, é muito importante que andem de mãos dadas e que nós aprendamos a utilizar a tecnologia para explorar outras realidades e disseminar aquelas produções que nos mostram contextos diferentes. Também devemos trabalhar em como atrair as juventudes utilizando as ferramentas que elas manejam e com as quais se sentem mais familiarizadas. Devemos entender que para algumas pessoas é um privilégio poder ir a um teatro, a um concerto ou uma galeria de arte e por isso é mais acessível utilizar meios tecnológicos através dos quais eles/as possam sentir-se parte dessas produções. Por último, queria mencionar a importância que vêm tendo as artes e as produções de conteúdo nessa quarentena, sabendo e nos mostrando que não se pode viver sem a arte.



Felipe Urbas (Argentina) – Minha resposta é ambivalente, sim e não. A príncipio, acho que sim, que é necessária a introdução de tecnologia na educação tradicional porque é uma ferramenta e uma utilidade que a educação há cinquenta anos não tinha e que é importante incluir.



Mas também acho que não dá para cair na falsa crença de que a interação humana pode ser substituída pela interação através de uma câmera. Ou seja, quando se faz essa pergunta, é preciso colocar também as prioridades que se acredita serem importantes no sistema educativo.

“A interação social não pode ser reposta em um trabalho de grupo em que todas as respostas sejam respondidas pelo whatsapp. A interação se dá no dia a dia, no entendimento dos problemas da outra pessoa, por que chegou um dia chorando à escola. Essa é a interação real e essa é para mim uma das partes mais importantes da educação” (Felipe Urbas, da Argentina).

Em minha opinião, além do aspecto puramente pedagógico da educação, há um aspecto muito importante, sobretudo na educação inicial, primária e secundária, que é a interação social dos alunos. A interação social não pode ser suplantada por uma reunião por skype. A interação social não pode ser reposta em um trabalho de grupo em que todas as respostas sejam respondidas pelo whatsapp. A interação se dá no dia a dia, no entendimento dos problemas da outra pessoa, por que chegou um dia chorando à escola. Essa é a interação real e essa é para mim uma das partes mais importantes da educação.


Quais problemáticas enfrentam atualmente os jovens bolivianos com relação aos direitos educativos?

Gabriel Villarpando (Bolivia) – O problema atual é muito latente – graças à transição política pela qual estamos passando e as mudanças que estamos presenciando quanto a nossa máxima autoridade dentro do Ministério da Educação – que temos é que não está sendo implementada uma educação integral em sexualidade. Refiro-me às malhas curriculares, esse é o problema mais importante e mais reiterado hoje em dia quanto às dificuldades que nós temos como jovens. É bastante complicado, não existe a possibilidade de cursar uma matéria sobre educação sexual. É o problema que enfrentamos, desde gestões anteriores. Esse é um assunto que nunca se abordou.



Desde o ano passado, propôs-se a implementação [da educação sexual] através de uma norma a respeito, que é a Ley Avelino Siñani, e tinham dito que iam implementar. Mas as mudanças de autoridades políticas, no Ministério da Educação, que é o ente máximo e competente para tocar esse tipo de tema, esse problema que hoje é muito mencionado em meu país não pôde receber a atenção que ele requer. 

Esse é o problema mais forte que nós jovens estamos enfrentando na Bolívia, ainda mais os e as jovens que pertencem a coletivos que trabalham a temática e que não podem implementar uma educação integral em sexualidade.


Foto: PxHere

Como é ser uma pessoa trans no sistema educativo?

8 de abril de 2020

No contexto da celebração do Dia Internacional da Visibilidade Trans, 31 de março, conversamos com duas latinoamericanas defensoras dos direitos das pessoas trans que atuam no campo educativo. Leia mais a seguir:  (mais…)


Foto: UNICEF/UN0339412/Frank Dejongh

COVID-19: Para a CLADE, a solidariedade e o financiamento adequado dos direitos à educação, saúde e proteção social são caminhos fundamentais para superar a crise

25 de março de 2020

Diante da crise e do estado de emergência que se instalaram no mundo inteiro, devido à pandemia COVID-19, a CLADE reconhece e valoriza as diretrizes de prevenção e cuidado com a saúde e a vida apresentadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Expressamos a nossa solidariedade com as famílias que perderam seus entes queridos por causa da doença, assim como às pessoas sobreviventes e afetadas. Igualmente, parabenizamos as múltiplas iniciativas levadas adiante por membros da rede CLADE, bem como por tantas organizações e movimentos de direitos humanos que atuam nos diferentes cantos da América Latina e do Caribe, para assegurar a proteção das comunidades educativas e seus direitos humanos. Agradecemos profundamente a trabalhadoras e trabalhadores da saúde, assim como de outras atividades essenciais, que realizam trabalhos fundamentais, colocando suas vidas em risco.
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Especialistas e jovens dialogam sobre o direito à educação na América Latina e no Caribe

16 de março de 2020

“A Educação que Necessitamos para o Mundo que Queremos: perspectivas de adolescentes e jovens da América Latina e do Caribe” foi o título deste diálogo virtual realizado pela Campanha Latino-Americana pelo Direito à Educação (CLADE), com a participação de jovens e autoridades da América Latina e do Caribe, com ênfase em abordar os desafios e propostas para a garantia do direito à educação na região.  (mais…)


Foto: Cocoa Biscuit

Novo governo na Argentina: Expectativas e lutas para a defesa da educação em 2020

31 de janeiro de 2020

Para conhecer os desafios, oportunidades e expectativas para o direito à educação na Argentina em 2020, com o novo governo de Alberto Fernández, conversamos com Alberto Croce, secretário nacional da Campanha Argentina pelo Direito à Educação (CADE).

“Apesar da esperança de que o novo cenário desperta e, embora o novo presidente tenha a educação como uma de suas prioridades em seu plano de governo, é necessário levar em consideração a difícil situação econômica e social do país. Este é um ano de grandes expectativas e de muitas preocupações”, diz Croce.

Leia a entrevista abaixo.

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Foto: Felipe Abreu

Adolescentes e jovens compartilham suas perspectivas sobre a educação para um mundo melhor

19 de dezembro de 2019

A iniciativa #AEducaçãoQueNecessitamos para o mundo que queremos tem o objetivo de mobilizar adolescentes e jovens da América Latina e do Caribe, para que expressem qual a educação que precisam para um mundo melhor e quais são as principais demandas em seus países.

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