Olmo Calvo Rodriguez

Uruguai: Aumenta o número de pessoas privadas de liberdade que desejam seguir cursos universitários

26 de maio de 2019

Por: Adelaida Entenza

Neste ano, o número de pessoas privadas de liberdade que desejam realizar cursos superiores chegou a 200 no país

No Uruguai, o número de pessoas privadas de liberdade que desejam seguir uma carreira universitária aumenta a cada ano. Essa informação foi apresentada ao Semanario Búsqueda pelo Pró-Reitor do Comitê de Educação Setorial da UDELAR, Dr. Juan Cristina. Ele indicou que, em 2016, apenas quatro pessoas privadas de liberdade foram inscritas para cursos da Universidade da República (UDELAR), enquanto em 2017 esse número aumentou para 45, e em 2018 houve 100 pré-inscrições. Neste ano, o número de aspirantes a estudos universitários chegou a 200 pessoas.

Os cursos sociais e humanísticos são os preferidos por pessoas privadas de liberdade. Psicologia, Direito, Ciências Sociais e Ciências Econômicas estão entre as opções mais buscadas. A universidade realiza mais de 60 exames por semestre nas prisões.

As mulheres privadas de liberdade representam 15% do total de pessoas reclusas matriculadas na UDELAR – ao mesmo tempo em que representam 4% da população carcerária.

Entre as dificuldades e os desafios enfrentados pela população privada de liberdade, estão: um panorama heterogêneo entre as diferentes faculdades em relação à educação nas prisões (modalidade de ensino, diversidade de critérios, procedimentos administrativos, documentação exigida, etc.); bem como dificuldades na obtenção de autorização para saídas temporárias com a finalidade de estudos.

Com o objetivo de superar algumas dessas dificuldades, UDELAR e Instituto Nacional de Reabilitação do Ministério do Interior estão elaborando um protocolo de ação, que pretende padronizar critérios e conceder melhores condições de acesso à educação superior para a população privada de liberdade.

Além disso, nos primeiros dias do último mês de abril, foi assinado um acordo entre a UDELAR e o Centro Ceibal, pelo qual “foram doados 60 laptops para que sejam usados por estudantes universitários privados de liberdade em diferentes unidades de detenção“. A iniciativa proporcionará uma nova ferramenta de acessos aos materiais educacionais, para que estudantes privadas/os de liberdade avancem em seus estudos.


Com informações de UDELAR, BUSQUEDA e SUBRAYADO