Entrevista: A lógica global

14 de mayo de 2014

Pesquisador da Universidade Autônoma de Barcelona, Antoni Verger analisa como a globalização está impactando a educação ao redor do mundo e os atores que influenciam a agenda educacional mundial
Fuente: Revista Educação | Juliana Hollanda | Colaborou Marina Kuzuyabu

A influência exercida pelo setor privado e pelas or­ga­nizações internacio­nais nas políticas educacionais é um dos principais temas de estudo de Antoni Verger, pesquisador da Universidade Autônoma de Barcelona (UAB) que, em março, esteve no Brasil para participar do II Seminário Regional sobre a Privatização da Educação, realizado pela Campanha Latino-Americana pelo Direito à Educação (Clade). Ph.D. em Sociologia, Verger explora como tais instituições estão moldando ou tentando moldar a agenda educacional ao redor do mundo, e os impactos das políticas globais criadas a partir dessas influências.

Na entrevista a seguir, Verger explica como, direta ou indiretamente, esses organismos tentam impor aos governos mudanças em seus sistemas educacionais sob o argumento de que melhorarão o acesso da população à educação e de que tornarão o setor mais eficiente e desburocratizado, movimento percebido principalmente nos países em desenvolvimento. Mas o pesquisador alerta: as nações ricas não estão imunes a esse processo, principalmente quando contam com a presença de instituições de prestígio, como a Fundação Bill e Melinda Gates.

Uma das conclusões de seu estudo é que a globalização está afetando drasticamente o cenário das políticas educacionais ao redor do mundo. O que estamos testemunhando hoje em dia?
A globalização afeta a educação de muitas maneiras e por razões de naturezas diversas. Sobre isso, podemos mencionar desde a revitalização do papel desempenhado pelas organizações internacionais nas políticas educacionais – papel tradicionalmente reservado para os governos nacionais ou locais – até os avanços tecnológicos que têm permitido a disseminação de formas de educação transfronteiriças, como os Moocs [Massive Online Open Courses, sigla em inglês para cursos online massivos e abertos]. No entanto, os efeitos mais significativos da globalização têm uma natureza bastante indireta. Refiro-me a todas as mudanças sociais e econômicas trazidas por esse processo, como o crescimento das desigualdades sociais ou a aceleração da dinâmica da competitividade econômica entre os países. São mudanças importantes que transformam significativamente as prioridades educacionais dos governos, bem como o ambiente socioeconômico onde os agentes educacionais atuam. E não é só isso. A globalização gera novos desafios para os sistemas educacionais e altera a capacidade dos Estados e dos organismos de segurança social de responder a esses problemas por meio de políticas educativas. Por exemplo, no contexto de uma economia globalizada, muitos governos têm dificuldade para responder diretamente às novas demandas educacionais, o que facilita ao setor privado assumir um papel maior na prestação e no financiamento da educação.

Quais organizações internacionais e políticas estão moldando a agenda educacional e disseminando práticas educativas globais?
Sobre esta questão é inevitável começar pelo famoso Pisa [Programa Internacional de Avaliação de Estudantes] da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico], que avalia e compara as competências adquiridas por alunos de 15 anos em uma ampla gama de países. Esse relatório exerce nos governos uma pressão sutil, mas ao mesmo tempo muito eficaz, para que modifiquem seus sistemas educacionais. Ele, inclusive, tem gerado modelos de referência, como o da Finlândia, que muitos governos têm buscado imitar. A própria OCDE, por meio de periódicos como o Pisa em Foco, também recomenda aos países quais práticas e políticas podem levar ao sucesso educativo tomando como base os resultados da prova. Os países que levam mais a sério os desafios deste relatório têm tentado melhorar a sua educação por meio da equidade. Em contrapartida, aqueles que procuram resultados mais imediatos se limitam a intensificar a carga curricular nas áreas de conhecimento avaliadas pelo Pisa. Também cabe mencionar, principalmente nos países dependentes financeiramente, a grande influência exercida pelas instituições financeiras internacionais e pelos bancos de desenvolvimento em função da capacidade deles de condicionar a concessão de crédito. Ainda sobre esta questão, é importante referir novamente os efeitos indiretos da globalização e, em particular, as organizações internacionais. Por exemplo, em países europeus, especialmente nos países do sul da Europa, as políticas macroeconômicas e a austeridade impostas pela União Europeia – e pelo FMI – tiveram um efeito mais significativo sobre os sistemas de ensino dos países-membros que a própria “agenda educacional europeia”. Essas políticas de austeridade impuseram cortes orçamentários muito graves na educação e, claramente, limitaram a margem de ação política dos governos nesta área.

Quais fatores motivam os governos a adotar novas políticas?
Para responder a esta pergunta é melhor partir de um exemplo concreto como a privatização da educação, uma política que ocupa, sem dúvida, uma posição central na agenda global da educação. Mas, na realidade, não é possível identificar um único padrão que explique por que os países importam ou adotam políticas educacionais de privatização em escala global. As razões que impulsionam os governos variam muito.

Desde os anos 80, com o surgimento do neoliberalimo, a privatização da educação tem tido grande aceitação entre os governos conservadores e liberais, que acreditam que o setor privado é inerentemente superior ao público na gestão de todos os tipos de serviços, incluindo a educação. No entanto, nos últimos anos, estamos vendo a privatização avançar também em países com uma tradição social-democrata, onde os governos adotam medidas de privatização educacional não porque eles achem que o setor privado é melhor do que o público, mas porque eles pensam que a privatização pode ser um bom caminho para a desburocratização dos sistemas de segurança social e para a promoção de oferta educativa mais diversificada. Em países de baixa renda, por outro lado, a privatização avança sob lógicas muito diversas. Nas últimas décadas, muitos têm recebido pressões internas e externas para expandir a educação, o que, a priori, é muito positivo. O problema surge quando, diante de restrições financeiras, os gestores pensam que a única forma de expandir o acesso à educação é por meio do setor privado. Sob uma lógica semelhante, a privatização também avançou nos países mais desenvolvidos em profunda crise econômica. Também acrescentaria que em países europeus com uma presença significativa de escolas religiosas, como Bélgica, Holanda, Espanha e muitos países da América Latina, as políticas de terceirização do setor privado são comuns. Estas políticas de “aliança” com o setor de ensino privado, principalmente o religioso, são rea­lizadas por uma série de razões, entre elas para conferir eficiência ao setor, para garantir a liberdade na oferta de ensino para a população e para responder a um lobby que costumava ser muito poderoso, como o da Igreja Católica ou Protestante. Finalmente, outra razão para o avanço da privatização é a existência de uma série de organismos internacionais e consultorias influentes que, como mencionei acima, estão promovendo de forma entusiástica tais políticas e tentando convencer os governos de seus potenciais benefícios. No entanto, vale dizer que a privatização geralmente é promovida por razões ideológicas, já que não há evidências acadêmicas suficientes para justificar a política a favor da privatização.

Quais são as principais diferenças desse processo nos países desenvolvidos e nos países em desenvolvimento?
Hoje em dia estão muito diluídas as diferenças na forma como operam os mecanismos da globalização. O exemplo que acabei de colocar sobre o sul da Europa – sobre as condicionalidades e imposições das organizações internacionais – mostra isso. Outros exemplos podem ser extraídos das fundações filantrópicas que atuam não só em países pobres, mas também em países ricos. Nos Estados Unidos, a Fundação Bill e Melinda Gates tem uma grande capacidade de influenciar a agenda educacional do governo federal e de muitos de seus membros e, entre outras coisas, está conseguindo promover eficazmente o modelo das escolas charter. Apesar disso, os países de baixa renda, que continuam dependentes de financiamento externo, são sim mais vulneráveis ​​aos critérios e prioridades estabelecidos pelos países ricos e organizações doadoras. Em muitos países onde houve uma descentralização da educação, sem garantia de transferência de competências para o nível local, se abriu um grande mercado para as consultorias internacionais, como a Pearson ou a Cambridge Education, que vendem pacotes curriculares e de reformas educativas com os quais prometem resolver muitos problemas educacionais. Esse mercado de consultoria internacional não prospera, pelo menos com tanto êxito, nos países mais ricos, pois eles contam com uma maior capacidade técnica nos governos regionais e locais para resolver certos problemas sem a necessidade de recorrer a intermediários externos.

Quais são os impactos dessas políticas na prática educacional?
Muitos estudos sobre a relação entre globalização e educação, especialmente aqueles com uma visão mais antropológica, mostram que a adoção formal de políticas globais pelos governos nem sempre se traduz em mudanças reais nas práticas educativas aplicadas em escolas ou na sala de aula. Outros estudiosos da globalização educacional, como Gita Steiner-Khamsi e seus colegas do Teachers College [Faculdade de Educação da Universidade de Columbia], têm mostrado que muitos governos podem estar adotando políticas educacionais globais para aderir às exigências das organizações internacionais a fim de legitimar suas políticas ou, especialmente no caso dos países em desenvolvimento, para obter financiamento externo. Mas, uma vez alcançados os recursos, os governos continuam­ com suas práticas habituais. Essa visão é muito interessante e relevante, pois, de fato, os sistemas educacionais formam redes de agentes, instituições e interesses muito amplos e complexos de tal forma que tendem a ser resistentes a mudanças bruscas ou às constantes demandas por reforma, tanto externa como interna, que recebem. No entanto, não podemos subestimar o fato de que muitas organizações internacionais têm sido muito eficazes tanto em alterar as prioridades e os objetivos educacionais de muitos governos como em divulgar soluções e políticas educacionais.

Há algum efeito positivo das políticas educacionais? Elas podem melhorar o acesso global à educação?
É claro que o simples fato de que há cada vez mais países procurando melhorar a educação a partir de boas práticas internacionais é positivo em si – desde que essa melhoria não esteja relacionada exclusivamente com os resultados dos testes padronizados. Além disso, há agendas educacionais internacionais, como a Educação para Todos, lançada no Congresso Mundial de Educação, realizado em Jomtien (Tailândia), em 1990, que tiveram e têm impactos muito positivos no campo da educação para o desenvolvimento. Agendas como essas se tornaram aliadas de movimentos e grupos sociais que defendem o direito universal à educação e possibilitaram que muitos governos de países em desenvolvimento e agências internacionais de desenvolvimento concentrassem seus esforços para viabilizar e ampliar o acesso de crianças e jovens a uma educação de qualidade.

Você cita em seus textos um estudo, feito por três pesquisadores, sobre transferência condicionada de renda no Brasil. Poderia dar mais detalhes ?
Conheço bem o trabalho de Bonal, Tarabini e Rambla, já que fizemos parte do mesmo grupo de pesquisa, o GEPS (Globalização, Educação e Política Social). O mecanismo estudado por eles é um bom exemplo de política que passou a integrar fortemente a agenda global e, sobretudo, um grande exemplo de como uma política global pode se recontextualizar e ter impactos distintos em diferentes territórios. Eles apontam que, no Brasil, o mesmo programa de transferência de renda condicionada, o Bolsa Escola, foi adotado de forma diferente pelos governos locais. Especificamente sobre isso, eles mostraram que em função de alguns aspectos, como a intensidade da transferência monetária ou o nível de componentes educacionais incluído no projeto final, a Bolsa Escola teve efeitos sociais e educativos muito variados.


Archcomix: Historieta discute la privatización en la educación

7 de mayo de 2014

Esta historieta, producida por Archcomix, de Estados Unidos, discute los impactos de la privatización en la educación.
Léala: http://www.archcomix.com/Education.html


Perú: Campaña #UniCongresistas revela conflicto de interés público/privado en la reforma universitaria

5 de mayo de 2014

#UniCongresistas es una iniciativa de Corresponsales.pe. A continuación, presentamos los enlaces a dos materias en ese marco, apuntando al conflicto de interés que involucra a los debates sobre la reforma universitária en Perú:
Ahora son ocho los congresistas vinculados a universidades privadas
Corresponsales.pe halló tres nuevos casos de parlamentarios con algún tipo de nexo con universidades privadas. Resulta importante no perderlos de vista sobre todo porque el pleno del Congreso debatirá el dictamen de nueva Ley Universitaria, y dos de ellos son vicepresidentes del parlamento.
http://corresponsales.pe/mi-universidad/noticias/item/1964-tres-unico
#UniCongresistas: vicepresidente del Congreso es dueño de universidad privada
Dictamen de nueva Ley Universitaria será debatido por pleno del Congreso, y parlamentario José Luna Gálvez es el tercer vicepresidente y dueño de la Universidad Telesup.
http://corresponsales.pe/pol%C3%ADtica/noticias-en-general/lima/item/1836-galvez-uni


Imagen: Jared Rodriguez / Truthout

Cuándo las escuelas se transforman en zonas muertas para la imaginación: Un manifiesto de pedagogía crítica

22 de abril de 2014

En el análisis a continuación, el investigador norteamericano Henry A. Giroux argumenta que el avance de las corporaciones en el campo educativo podrá transformar las escuelas en “zonas muertas para la imaginación”, reduciéndolas a anti-espacios públicos. Lea, en inglés:
Fuente: Henry A. Giroux | Truthout

Imagen: Jared Rodriguez / Truthout
Imagen: Jared Rodriguez / Truthout

Some of us who have already begun to break the silence of the night have found that the calling to speak is often a vocation of agony, but we must speak. We must speak with all the humility that is appropriate to our limited vision, but we must speak – Martin Luther King, Jr.

“If the right-wing billionaires and apostles of corporate power have their way, public schools will become “dead zones of the imagination,” reduced to anti-public spaces that wage an assault on critical thinking, civic literacy and historical memory.1 Since the 1980s, schools have increasingly become testing hubs that de-skill teachers and disempower students. They have also been refigured as punishment centers where low-income and poor minority youth are harshly disciplined under zero tolerance policies in ways that often result in their being arrested and charged with crimes that, on the surface, are as trivial as the punishment is harsh. Under casino capitalism’s push to privatize education, public schools have been closed in cities such as, Philadelphia, Chicago and New York to make way for charter schools. Teacher unions have been attacked, public employees denigrated and teachers reduced to technicians working under deplorable and mind-numbing conditions.

Corporate school reform is not simply obsessed with measurements that degrade any viable understanding of the connection between schooling and educating critically engaged citizens. The reform movement is also determined to underfund and disinvest resources for public schooling so that public education can be completely divorced from any democratic notion of governance, teaching and learning. In the eyes of billionaire un-reformers and titans of finance such as Bill Gates, Rupert Murdoch, the Walton family and Michael Bloomberg, public schools should be transformed, when not privatized, into adjuncts of shopping centers and prisons. Seguir con la lectura…

 


Imagen: La Revuelta

Video: No hay deuda que dure cien años…

En el video a continuación, el colectivo chileno La Revuelta comenta la privatización del derecho humano a la educación en Chile y muestra por qué la visión de mercado es incompatible con la perspectiva de derechos humanos.

La Revuelta es un colectivo de estudiantes y jóvenes trabajadoras/es que busca promover la reflexión crítica y la organización entre estudiantes. Para ello, utilizan diversas herramientas comunicativas que les permitan comunicar y difundir ideas, información e interpretaciones de la realidad chilena, de los conflictos sociales y de los problemas cotidianos que vive la mayoría de las personas. Para saber más, visita http://www.la-revuelta.cl/no-hay-deuda-que-dure-cien-anos-2/.


La privatización de la educación superior y las Ciencias Sociales en Argentina. Un estudio de las carreras de Psicología y Economía

15 de abril de 2014

El propósito de este libro es examinar algunas consecuencias poco estudiadas del proceso de cambio cultural que sufrió Argentina sobre todo a partir de la década de 1990. En particular, el trabajo focaliza en algunas dimensiones específicas del espacio de intersección entre dos campos estrechamente vinculados: el de las ciencias sociales y el universitario, en un espacio geográfico y cultural definido, la Ciudad de Buenos Aires, para intentar comprender cómo se articula la variable educación pública-educación privada con la definición de ciertas propiedades dentro de dos disciplinas, psicología y Economía.
Descárgalo: La privatización de la educación superior y las Ciencias Sociales en Argentina. Un estudio de las carreras de Psicología y Economía. Mariano Ben Plotkin [Autor]. Colección Becas de Investigación. CLACSO. Buenos Aires. Junio de 2006.


Políticas de privatización, espacio público y educación en América Latina

Este libro contribuye a desentrañar las dimensiones multifacéticas de los proceso de privatización que han marcado las políticas educativas en América Latina y el Caribe durante las últimas dos décadas. Los capítulos que lo componen presentan diversos abordajes y análisis, perspectivas e interpretaciones críticas que nos aproximan a un balance riguroso y fundamentado de los procesos de reforma educativa promovidos por los gobiernos neoliberales en casi toda la región. También nos alertan sobre el complejo e inestable proceso de resistencia a estas políticas protagonizados por movimientos y organizaciones populares, indígenas, estudiantiles, sindicales y, particularmente en los últimos años, por un conjunto de nuevas administraciones gubernamentales que han surgido como fruto de los procesos de movilización social contra las iniciativas de privatización y ajuste. Políticas de privatización, espacio público y educación pretende aportar al necesario debate sobre el presente y el futuro de nuestras realidades educativas, sumergiéndose en la trama de los procesos de dominación y resistencia que, con su implacable dialéctica, marcan las luchas por el derecho a la educación en toda América Latina.
Descárgalo: Políticas de privatización, espacio público y educación en América Latina. Pablo Gentili. Gaudêncio Frigotto. Roberto Leher. Florencia Stubrin. [Compiladores]. CLACSO Coediciones. CLACSO. Homosapiens. Buenos Aires, Mayo de 2009.


Foto: Colegio de Profesores de Chile

Chile: Foro denuncia vulneración del Derecho a la Educación en Chile ante Naciones Unidas

14 de abril de 2014

Ante el infundado cierre de escuelas municipales, el Foro Chileno por el Derecho a la Educación en conjunto con cuatro comunidades educativas de la comuna de Cerro Navia afectadas por el cierre de sus escuelas,  presentaron una carta alegatoria al Relator Especial de Naciones Unidas sobre el Derecho a la Educación.
Fuente: Foro Chileno por el Derecho a la Educación

Foto: Colegio de Profesores de Chile
Foto: Colegio de Profesores de Chile

Por medio de Jorge Sequeira, Director de la Oficina Regional de Educación para América Latina y el Caribe de UNESCO, se realizó la entrega del informe que relata la situación de vulneración de derechos en que se encuentran 1.200 estudiantes y sus familias.
El Director se interiorizó de la situación que viven estas escuelas cuyas dependencias se mantienen tomadas por miembros de la comunidad, desde hace más de tres meses en demanda a que sean reabiertas. En la reunión participaron dos representantes de las comunidades que resisten el cierre de cuatro escuelas municipales de la comuna de Cerro Navia: María Macarena González Carrasco, apoderada de la  Escuela 377 “Ciudad Santo Domingo de Guzmán”, Irma Meza Paredes, vocera de la Escuela 407 “Sargento Candelaria”.
Las representantes informaron del aprecio y alta valoración que las familias tiene de las escuelas que fueron cerradas por Luis Plaza, alcalde de la comuna,  y las consecuencias negativas que esta medida generan en los niños y niñas que asistían a estos establecimientos (descritas en la carta al dirigida Relator).
A la reunión asistieron además Diego Parra, representante de la Cooperativa de Trabajadores Centro Alerta, quien apoyó en la sistematización de los diagnósticos territoriales; Eleonor Concha y Patricio Vejar por parte de la Red de abogados en defensa de los derechos estudiantiles (RADDE), quienes ayudaron en la redacción de la carta alegatoria; Francis Valverde y Marisol Morales en representación del Foro por el derecho a la educación quienes han realizado las gestiones para el envío del alegato.
En la misiva se le solicita al Relator indagar esta situación, enmarcada en la crisis de la educación pública en Chile, y  que sugiera al gobierno de Chile medidas para restituir el derecho a la educación de estas comunidades y evitar que su vulneración se reitere.
El Director de Unesco, se comprometió a hacer llegar el documento al Relator y llamar su atención para que atienda este caso; asimismo, a transmitir la inquietud de las comunidades de las escuelas al Ministro de Educación.
Además de esta acción, las comunidades han presentado tres recursos de protección ante los tribunales; situación que  aún se encuentra a la espera de un fallo, y mantienen conversaciones con el Ministerio de Educación y su Secretaría Regional en la búsqueda de medidas que permitan la reapertura de las escuelas.
Ver Carta Alegatoria sobre vulneración del derecho a la educación en Chile ante Naciones Unidas


“Hace falta enseñar a pensar”, dice Chomsky. Foto: El Espectador

"El neoliberalismo tomó por asalto a las universidades": Noam Chomsky

El lingüista, filósofo y activista estadounidense habla sobre la manera como el modelo empresarial en el que se inscriben las instituciones de educación superior precariza la calidad de la enseñanza y el aprendizaje.
Fuente: María Luna Mendoza | El Espectador

“Hace falta enseñar a pensar”, dice Chomsky.  Foto: El Espectador
“Hace falta enseñar a pensar”, dice Chomsky.
Foto: El Espectador

Contratos inestables, profesores temporales, flexibilización laboral, sobrecarga de trabajo, salarios injustos, escasa participación de la comunidad universitaria en la toma de decisiones, aumento de puestos administrativos y burocráticos, autoritarismo y exclusión, jóvenes sometidos a la presión de los créditos y las deudas, cursos superfluos, precios cada vez elevados, estudiantes que se limitan a tomar apuntes y a recitarlos de manera literal a la hora de la evaluación. “Todo esto sucede cuando las universidades se convierten en empresas, como ha venido ocurriendo durante las últimas décadas, cuando el neoliberalismo ha ido tomando por asalto cada una de las dimensiones de la vida”, dijo Noam Chomsky durante una reunión del Sindicato Universitario de Pittsburgh, Estados Unidos, en la que participó vía Skype.
Durante el encuentro, el lingüista, filósofo y activista estadounidense realizó una serie de observaciones sobre la manera como el modelo empresarial en el que tienden a inscribirse las instituciones de educación superior precariza la calidad de la enseñanza y el aprendizaje y reproduce “dinámicas autoritarias” indeseables para las sociedades actuales.
A continuación, algunas de sus apreciaciones:
“La estabilidad laboral de los profesores pende de un hilo”.
La contratación temporal o por hora cátedra de los profesores es, para Chomsky, la reproducción de la lógica que rige el mundo de los negocios en la actualidad. “Es lo mismo que la contratación de temporales en la industria, aquellos que Wall Mart tilda como ‘asociados’: empleados sin derechos sociales ni cobertura sanitaria”, anotó el filósofo durante el encuentro. “La contratación de trabajadores temporales se ha disparado en el período neoliberal y en la universidad estamos asistiendo al mismo fenómeno”, agregó.
De acuerdo con Chomsky, aquellas universidades que avanzan por la vía empresarial, no hacen sino imponer la precariedad académica como único destino posible de la educación. “Cómo se afecta la calidad cuando los profesores no tienen estabilidad laboral: se convierten en trabajadores temporales, sobrecargados de tareas, con salarios baratos, sometidos a las burocracias administrativas y a los eternos concursos para conseguir una plaza permanente”, señaló.
“Los puestos administrativos y burocráticos en exceso son una suerte de despilfarro económico”
No crece el número de profesores, tampoco lo hace el de estudiantes, pero existe un acelerado aumento de “estratos administrativos y burocráticos dentro de las instituciones de educación superior, un aspecto que resulta bastante familiar a la industria privada”, manifestó el activista. “Los decanos, por ejemplo, se han convertido en todos unos burócratas que necesitan de vicedecanos, asistentes y secretarias”, ejemplificó.
“Los créditos de estudio sirven para adoctrinar a los estudiantes”
“Para el sector empresarial, el activismo estudiantil (feminista, ambientalista, antibelicista, etc.) es la prueba de que los jóvenes no están correctamente adoctrinados”, afirmó Chomsky. A su parecer, uno de los mejores métodos de adoctrinamiento ha sido el de los préstamos con los que los estudiantes financian sus carreras. “La deuda estudiantil es una trampa de la que los jóvenes no podrán salir en mucho tiempo. Los créditos funcionan como una carga que les obliga a alejarse de otros asuntos”, dijo. “Tal vez no surgieron con ese propósito, pero desde luego tienen ese efecto”, precisó.
Otra técnica de adoctrinamiento es, según Chomsky, la ausencia de vínculos profundos entre los docentes y los estudiantes, cuyas relaciones son cada vez más frías y superfluas. “Salones y clases grandes, profesores temporales, educación escasamente personalizada. Es muy similar a lo que uno espera que ocurra en una fábrica, en la que los trabajadores poco o nada tienen que ver en la organización de la producción o en la determinación del funcionamiento de la planta de trabajo, eso es cosa de ejecutivos. Igual sucede con los estudiantes”, aseveró.
“La participación directa de la comunidad universitaria en la toma de decisiones es legítima y útil”
Para el filósofo, en el pasado las cosas eran distintas y en ciertos sentidos mejores, pero distaban mucho de ser perfectas. “Las universidades tradicionales eran por ejemplo, extremadamente jerárquicas, con muy poca participación democrática en la toma de decisiones”. En ese sentido, hizo un llamado de atención sobre la necesidad de ampliar la democracia universitaria. “Debemos promover una institución democrática en la que la comunidad (profesores, estudiantes, personal no docente) participan en la determinación de la naturaleza de la universidad y de su funcionamiento”, manifestó.
“Hace falta enseñar a pensar”
De acuerdo con Chomsky, la educación, de cualquier nivel, debe hacer todo lo posible para que los estudiantes adquieran la capacidad de inquirir, crear, innovar y desafiar. “Queremos profesores y estudiantes comprometidos en actividades que resulten satisfactorias, disfrutables, desafiantes, apasionantes. Yo no creo que sea tan difícil”.
“En un seminario universitario razonable, no esperas que los estudiantes tomen apuntes literales y repitan todo lo que tú digas; lo que esperas es que te digan si te equivocas, o que vengan con nuevas ideas, que abran caminos que no habían sido pensados antes. Eso es lo que es la educación en todos los niveles”, concluyó.


Seminario discutió desafíos y estrategias de incidencia ante la privatización de la educación

12 de abril de 2014

En la ocasión, se pudo observar la influencia de las corporaciones y grupos empresariales de alcance internacional sobre las políticas educativas, así como estimular el diálogo entre las investigaciones corrientes sobre la privatización de la educación

¿Por qué los países están adoptando políticas de privatización educativa? ¿Cómo se definen los tipos de privatización, cómo se clasifican, y cuáles las posibles preguntas para hacer frente a las tendencias privatizadoras?

Estas fueron algunas de las cuestiones discutidas durante el II Seminario Internacional sobre la Privatización de la Educación, que tuvo lugar en São Paulo, Brasil, del 26 al 28 de marzo, por iniciativa de la CLADE y Open Society Foundations, en colaboración con la Internacional de la Educación (IE) y la Universidad Autónoma de Barcelona (UAB)(En la foto al lado, desde la izquierda, Iracema Nascimento, de la Campaña Nacional por el Derecho a la Educación de Brasil, Antoni Verger, investigador de la UAB, y Fátima da Silva, de la Confederación Nacional de los Trabajadores en Educación de Brasil, hablan sobre las tendencias de la privatización de la educación en América Latina y el Caribe). 

Con la presencia de 50 participantes de 17 países, el evento tuvo el objetivo de conocer y debatir las tendencias internacionales y regionales respecto a la privatización de la educación, e identificar cuáles son los principales actores involucrados y los espacios donde se establecen esas tendencias. Fue asimismo una ocasión para discutir las diferentes formas con las que la privatización de la educación se presenta actualmente en distintos países de América Latina y el Caribe.

Frente a que la privatización en el campo educativo constituye un fenómeno difuso y descentralizado, que requiere estrategias de monitoreo capaces de identificar las distintas formas que él asume, la posibilidad de hacer la conexión entre lo internacional, lo regional, lo nacional y lo local resultó fundamental al encuentro.

DSC02069En ese sentido, se pudo no sólo observar la influencia que tienen corporaciones y grupos empresariales de alcance internacional sobre políticas educativas en los niveles micro y macro, sino también estimular el diálogo entre investigaciones que se desarrollan en distintas partes del mundo, trazando perspectivas para análisis comparativos y acciones de incidencia que tomen en cuenta el carácter transnacional de la privatización. (En la foto a la derecha, Hugh McLean, de Open Society Foundations, habla sobre la importancia de discutir la privatización y la educación desde una perspectiva de derechos humanos en América Latina y el Caribe, debido a la fuerza que tienen los movimientos sociales de la región).

Esta fue también una oportunidad especial para realizar un ejercicio colectivo de reflexión con miras a fortalecer las estrategias de incidencia política para hacer frente a la privatización en el campo educativo, aproximando activistas y academia.

Vea aquí algunos videos realizados con las y los participantes del seminario, en el que ellas/os comentan los principales desafíos y tendencias respecto a la privatización de la educación en los ámbitos nacional, regional e internacional, desde diversas perspectivas.