Foto: USDA

COVID-19 e seus efeitos na vida das meninas e mulheres

17 de abril de 2020

Qual é o impacto do isolamento social no atual momento de pandemia do COVID-19, para meninas, jovens e mulheres?

Leia a seguir os nossos diálogos com duas ativistas feministas sobre essa questão:


Guadalupe Ramos Ponce: “Em diversos contextos, os espaços educativos são o único lugar seguro para as crianças”

Guadalupe Ramos Ponce, no centro da foto, durante marcha feminista. Foto: Eva Da Porta

“A preocupação pela pandemia do COVID-19 e os desafios em  relação aos assuntos de saúde vêm acompanhados de outros tipos de desafios que impactam de maneira direta a vida das mulheres”, afirma Guadalupe Ramos Ponce, advogada, feminista e coordenadora do Comitê da América Latina e do Caribe para a Defesa dos Direitos das Mulheres (CLADEM) em Jalisco (México). Segundo a entrevistada, a violência e o desemprego são algumas das consequências da crise para as mulheres.

Neste diálogo, também se discutiu a importância de se garantir o direito à educação, dado que sem ele os impactos negativos para as meninas, jovens e mulheres poderão ser mais fortes. “A saída temporária do sistema educativo para as meninas e jovens pode significar o abandono definitivo [dos estudos], e eventualmente conduzir ao aumento do casamento infantil forçado e ao aumento do número de gravidez em meninas e jovens, afetando profundamente a continuidade de seu projeto de vida”.

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Monica Novillo: “Em vários países, as situações de violência contra as mulheres aumentaram

Segundo a coordenadora da Rede de Educação Popular entre Mulheres da América Latina e do Caribe (REPEM), esta crise sanitária revela uma série de desigualdades em nossas sociedades. “Particularmente no tema do direito à educação, vários países tomaram medidas suspendendo as aulas, fechando as escolas, o que implica no direito e acesso à educação das crianças”.

Outro tema importante assinalado é o aumento da violência. “Devemos reconhecer que a problemática da violência é estrutural e faz referência a uma série de fatores, mas que fundamentalmente em um momento em que há ansiedade, estão acontecendo demissões em massa, pessoas que estão com preocupações também econômicas e a possibilidade de contar com a remuneração necessária para a subsistência da família, etc. Estão gerando condições para exacerbar a violência que existe em nossos contextos”, afirmou.

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