Stonewall: A importância de lutar por uma educação que fortaleça a diversidade

The Stonewall Inn, bar onde começaram as manifestações LGBTI, em Nova Iorque (Estados Unidos). Foto: divulgação.

Na madrugada de 28 de junho de 1969, se iniciou um protesto em Nova Iorque que duraria seis dias, e ficou conhecido como os “Distúrbios de Stonewall”. Na ocasião, pela primeira vez na história dos Estados Unidos, a comunidade LGBTI [Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Intersexuais] lutou contra um sistema que perseguia os homossexuais, com a aprovação do governo. Desde então, o evento, que aconteceu no bar gay chamado “Stonewall Inn”, é considerado um marco do movimento de libertação LGBTI, a partir do qual o ativismo pelos direitos dessa comunidade ganhou repercussão no debate público e nas ruas.

Hoje, 50 anos depois de travestis, lésbicas e gays protestarem pela primeira vez contra a violência e a opressão que sofreram, a população LGBTI da América Latina e do Caribe comemora o dia com orgulho e alguns avanços: a descriminalização das pessoas LGBTI, o reconhecimento pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de que travestis e transexuais não apresentam transtornos mentais ou comportamentais, a legalização da união LGBTI em alguns países e a criminalização da homofobia no Brasil, entre outros.

Mulheres lésbicas e bissexuais protestam nas ruas de São Paulo (Brasil) por direitos, liberdade e contra as políticas do ódio do governo brasileiro. Foto: Ceia Gomes.

No entanto, ainda existem muitos desafios para a plena conquista da igualdade de direitos. O Brasil e o México, respectivamente, são os países da região que mais matam pessoas LGBTI, e neles a luta é pela vida. Em relação ao campo educacional, o avanço dos grupos ultraconservadores na região tem se caracterizado pela ação de movimentos que defendem a proibição de abordar temas relacionados à educação sexual integral em centros educativos, como a orientação sexual, igualdade de gênero e identidade de gênero.

Como parte da comemoração do 50º aniversário da Stonewall, a Campanha Latino-Americana pelo Direito à Educação (CLADE) destaca a importância de abordar essas questões em programas pedagógicos, currículos, materiais educacionais e políticas públicas, para que os centros educacionais sejam espaços pacíficos e seguros, onde os direitos humanos de todas as pessoas são realizados e promovidos.

A orientação sexual e identidade de gênero integram aspectos essenciais da vida de uma pessoa e os marcos legais dos direitos humanos consagram sua proteção, bem como o dever de eliminar todas as formas de discriminação e violência contra pessoas LGBTI e assegurar que todas as pessoas possam desfrutar de seus direitos em condições de igualdade.

Apesar destes desenvolvimentos, em nossas sociedades a diversidade sexual ainda é motivo de exclusão, marginalização, violência e perseguição, devido à persistência de construções sociais, culturais e ideológicas que alimentam estereótipos negativos e preconceitos contra pessoas LGBTI. Assim, muitas deças experimentam sérias limitações, restrições ou exclusões no gozo de seus direitos, entre outros, o direito à liberdade, à igualdade, à integridade, à personalidade, à saúde, o direito à educação, os direitos de reunião e expressão.

Festival “Luzes, câmera e educação!”

Sensibilizar as autoridades, tomadoras e tomadores de decisão, bem como estudantes, docentes e a população em geral sobre a importância de garantir plenamente o direito à educação de pessoas LGBTI e promover os centros educacionais como espaços para a realização de oodos os direitos humanos, duas edições do festival audiovisual “Luzes, câmera e educação!” foram realizadas.

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