Haiti: Sociedade civil se mobiliza por mudanças e contra a corrupção

Desde fevereiro, o povo do Haiti ocupa as ruas, depois que o judiciário do país informou que altos funcionários do governo haitiano usaram indevidamente até US$ 3,8 bilhões em empréstimos. Além disso, foi relatado que o Presidente Jovenel Moïse havia se envolvido nesses casos de corrupção. Problemas econômicos, incluindo o aumento do custo de vida no país, também alimentaram protestos contra o governo.

De 15 de setembro até o início de outubro, pelo menos 17 pessoas foram mortas e quase 200 foram feridas por balas e facas, segundo a Rede Nacional de Defesa dos Direitos Humanos (RNDDH). Até 22 de outubro, 77 pessoas foram mortas durante as manifestações.

Nesse contexto, o Reagrupamento Educação para Todas e Todos (REPT), membro da CLADE no país, divulgou uma nota pública, na qual insta as e os haitianas/os a permanecerem firmes na luta pela mudança e para transformar a situação atual e as condições de vida da população. “O REPT dá as boas-vindas ao setor educacional, sindicatos, docentes, outras pessoas que trabalham em escolas e universidades, mães e pais por seus sacrifícios para encontrar a solução que o povo haitiano está procurando”, diz a coalizão.

Além disso, exige a renúncia de Moïses. “Continuaremos lutando para mudar o sistema: o sistema de corrupção, o sistema de impunidade, o grande sistema de privilégios dos empresário, […] o sistema que explora os camponeses e as camponesas sem lhes devolver nada, os sistemas de exploração como aquele sofrido por operários e outros trabalhadores”, afirma o REPT.

Entre as mudanças no país que indica necessárias, o REPT menciona a privatização do Estado e a educação no Haiti. “Em um país onde menos de 10% das escolas são realmente públicas, a educação depende do dinheiro que você tem”, explica o Reagrupamento.

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