Chile: Estudantes lutam contra barreiras para ingressar à educação universitária

Foi aplicada no Chile, nos dias 6 e 7 de janeiro, a Prova de Seleção Universitária (PSU), um teste padronizado escrito para o processo de admissão à educação universitária, que ocorre anualmente no país desde 2003. No entanto, neste ano, a avaliação foi objeto de grandes protestos estudantis, e aproximadamente 160 centros educativos foram ocupados em todo o Chile contra a realização da PSU.

Nesse contexto, o Fórum pelo Direito à Educação Pública (FODEP), membro da CLADE no Chile, publicou uma declaração apoiando estudantes do país que, por essas ações, têm sido objeto de acusações e processos judiciais por parte do governo, assim como de perseguições, ameaças virtuais e ataques contra sua integridade física e psicológica.

“A PSU se converteu em um instrumento de avaliação chave para a manutenção do modelo educativo chileno neoliberal, pelo seu papel na segregação social e econômica da população chilena”

Igualmente, o FODEP destaca seu apoio a integrantes da Assembleia Coordenadora de Estudantes Secundaristas (ACES), organização membro do fórum, que durante anos tem protagonizado mobilizações para defender o direito à educação no Chile, ao lado de outras organizações. A ACES e a Coordenadora Nacional de Estudantes Secundaristas (CONES) rejeitam fortemente a forma de avaliação proposta pelo governo, por considerar que aprofunda as desigualdades no setor educacional.

“A PSU se converteu em um instrumento de avaliação chave para a manutenção do modelo educativo chileno neoliberal, pelo seu papel na segregação social e econômica da população chilena. Por isso, não hesitamos em rejeitar a intensa repressão sofrida pelos e pelas estudantes que se opuseram valentemente frente a uma nova aplicação da Prova no país todo”, afirma o FODEP em sua nota pública.

O Fórum também rejeita as tentativas de reformas na educação nacional, realizadas após as manifestações estudantis de 2015 e 2017, classificando-as como algo puramente superficial e que vende a ideia de uma falsa gratuidade. No marco dos novos protestos pela educação, que ocorrem desde o dia 18 de outubro de 2019, faz-se um chamado pela real superação da desigualdade educativa no Chile.

O FODEP afirma: “Não para a criminalização dos e das dirigentes secundaristas da ACES e de todas as e os jovens, apoderadas/os e professoras/es que têm se mobilizado contra a Prova que segrega. Exigimos ao Estado e aos organismos correspondentes a proteção de suas vidas e integridade, não queremos mais perseguições e ameaças, viva os/as que lutam por uma educação pública comunitária, inclusiva, gratuita e plurinacional para todas e todos em todos seus níveis, incluindo a Educação Superior”.

>> Leia a declaração completa, [em espanhol] assinada pela CLADE. Para se somar ao posicionamento, clique aqui.

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