Uma manifestação realizada hoje, 25 de junho, pelo sindicato de docentes do Chile, em frente ao Palácio de la Moneda – sede do Poder Executivo Chileno – terminou com a prisão de 38 pessoas
Mario Aguilar, presidente do Colégio de Professores, Darío Vásquez, secretário geral do sindicato, e Diego Parra, integrante do Fórum pelo Direito à Educação Pública do Chile, foram detidos, além de 35 professoras e professores que se manifestavam pacificamente para defender o direito à educação pública no centro de Santiago.
As e os docentes do país estão em greve nacional há quatro semanas para defender a qualidade da educação e exigir melhores condições de trabalho para o magistério.
Os Carabineros (polícia chilena) reprimiram os protestos pacíficos que ocorreram hoje (25 de junho) em frente ao Palacio de la Moneda, com um canhão d’água e a prisão de manifestantes.
Além disso, denuncia-se a repressão e a criminalização enfrentadas por estudantes do ensino médio mobilizados para defender o direito à educação nas escolas públicas do país.
“É uma expressão de que o professorado quer ser ouvido. Queremos exigir que esse governo nos ouça, que este governo se sente para conversar, que dê uma solução para esse conflito. É a última gota que eles nos reprimam e a forma como eles estão tratando uma demonstração 100% pacífica”, disse à CNN Mario Aguilar, presidente do Colégio de Professores.
Os líderes sindicais e ativistas detidos nos protestos de hoje foram libertados e estão bem.
Solidariedade regional
A Campanha Latino-Americana pelo Direito à Educação (CLADE) enviou uma carta de solidariedade às e aos docentes do Chile e publicou uma carta aberta na qual expressa seu repúdio à repressão e à criminalização das comunidades educativas mobilizadas para defender o direito à educação no país.
Na carta, a Campanha também expressa seu apoio social e cívico à luta por uma educação pública gratuita de qualidade para todas e todos no Chile e também pelo direito à manifestação pacífica para defender outros direitos.
“Consideramos que essa atitude repressiva da polícia contra líderes e ativistas reconhecidos por sua luta no Chile indica o aprofundamento da perseguição e da violência contra o magistério, as e os estudantes e os protestos sociais no país. Este acontecimento se soma aos casos de repressão e detenção de defensores de direitos humanos também em outros países da América Latina e do Caribe, como o Brasil e Honduras, apontando para uma tendência regional de ameaça e risco para as democracias, bem como para a liberdade de expressão, manifestação e associação”, diz a carta.
Próximos passos
O Colégio de Professores convocou novas manifestações para amanhã, 26 de junho. Nesta mesma data, a Ministra da Educação, Marcela Cubillos, anunciou que receberá professoras e professores para dialogar e tentar chegar a um acordo.
A CLADE e seus membros em diferentes países da América Latina e do Caribe continuarão acompanhando o progresso das negociações, apoiando as e os docentes e estudantes em sua luta.